Descubra porque uma taça de vinho por dia faz bem ao cérebro

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(Imagem: iStock)

Tem coisa melhor do que beber uma taça de vinho depois de um dia estressante no trabalho? Na verdade, sim! Saber que além de relaxar, uma taça de Cabernet também ajuda a fortalecer o cérebro e prevenir o surgimento de doenças neurológicas.

Essa boa (e deliciosa!) notícia surgiu através de um estudo publicado na Frontiers in Human Neuroscience, ao analisar dados das imagens do cérebro de 13 sommeliers (profissional especializado em bebidas alcoólicas) e 13 pessoas totalmente leigas quanto o assunto é vinho, ao cheirarem vários tipos de vinhos e frutas. Eles concluíram que o grupo de sommeliers – que estão há anos trabalhando especialmente com o estudo do vinho – não só tem os sentidos do olfato mais apurados, como também tem partes maiores e mais espessas do cérebro

Porque comemorar
Não entendeu porque a conclusão do estudo é uma boa notícia para a saúde? Os cientistas acreditam que essa espessura extra no cérebro por ajudar a afastar doenças neurodegenerativas crônicas, como o Alzheimer e o Parkinson. A ideia é que, quanto mais espessa uma área específica do cérebro, mais tempo vai demorar pra que ela sofra com os efeitos de uma doença.

De acordo com a dra. Sarah Banks, diretora de neuropsicologia na Clínica Cleveland, em Las Vegas e autora do estudo, em entrevista ao jornal The New York Post, ela afirma “apesar de não ser um resultado totalmente comprovado, fica claro que quando se trata do cérebro, quanto mais grosso, melhor”. Por isso, dá-lhe vinho!

Mas cuidado para não errar na dose, hein? Muitas pesquisas já comprovaram que o vinho faz bem à saúde. Se antes seus benefícios se voltavam à doenças cardíacas, agora você tem mais um motivo para degustar a bebida. O importante é incluir o vinho na sua rotina com moderação. Uma taça por dia é mais do que suficiente pra blindar sua saúde, tanto física, quanto mental.

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Cheers!

Bjs,
Fabi Scaranzi

Exercícios físicos podem prevenir mal de Alzheimer, diz pesquisa

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Se você ainda não está familiarizada com o mal de Alzheimer, eu explico: a doença neurodegenerativa – que atinge principalmente mulheres acima dos 60 anos – causa danos irreversíveis à memória, fazendo com que a pessoa se esqueça informações pessoais simples, como quem é, com quem é casada, onde mora, quantos anos tem, quem são seus filhos e até mesmo em que ano está.

Em busca de métodos que previnam o mal de Alzheimer, pesquisadores brasileiros, em parceria com cientistas estrangeiros, analisam os efeitos neurais gerados pelos exercícios físicos. Não é a primeira vez que falo aqui no site sobre os benefícios da atividade física, inclusive para a saúde mental e agora tivemos mais uma confirmação: em experimentos com ratos, a equipe notou que o aumento da liberação do hormônio irisina através dos músculos é capaz de prevenir doenças mentais.

Entenda a pesquisa

Numa matéria publicada na revista Nature Medicine, os autores explicaram que os estudos feitos na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostraram que a irisina – hormônio liberado durante a prática de exercícios físicos – melhora os sintomas do diabetes tipo 2 e que pessoas com essa doença apresentam maiores riscos de sofrerem Alzheimer. “Eles têm sido mostrados como indutores da memória e propostos como uma abordagem para reduzir o risco de Alzheimer”, frisam os autores do estudo divulgado ontem, liderados por Fernanda de Felice e Sérgio Ferreira, ambos pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Com a ajuda de cientistas da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, da Queen’s University, no Canadá e dos institutos Oswaldo Cruz e D’Or, também no Rio de Janeiro, os pesquisadores analisaram ratos manipulados para terem Alzheimer em duas condições: enquanto produziam irisina ao realizar exercícios físicos ou após receberem doses regulares do hormônio. Os do primeiro grupo foram analisados enquanto nadavam uma hora por dia, durante cinco semanas. Resultado? A atividade aumentou a concentração de irisina e tornou os animais mais aptos a aprenderem.

Já no grupo de ratos que recebeu doses regulares do hormônio, o procedimento conseguiu reverter a perda de memória causada pelo Alzheimer. “A irisina não é uma causa provável de comprometimento cognitivo precoce na doença de Alzheimer, mas pode contribuir para a perda de memória”, ressaltam.

Existe uma dose certa de exercícios?

Segundo os cientistas, não é preciso definir uma quantidade exata de horas ou a intensidade de exercícios físicos que devem ser praticados ao longo da vida para prevenir a doença. O ideal é que as atividades sejam variadas, não somente com natação, mas com caminhadas, musculação, exercícios funcionais, yoga…

Precisando de mais um motivo para deixar a preguiça de lado e começar hoje a malhar? Olha só o que os cientistas dizem sobre o Alzheimer: “A incidência de Alzheimer, a forma mais comum de demência em indivíduos mais velhos, está aumentando à medida que a população mundial envelhece, com mais de 35 milhões de pessoas afetadas em todo o mundo. Atualmente, não há tratamento efetivo para essa enfermidade, e esforços notáveis têm sido destinados a desenvolver estratégias para combater os mecanismos que levam ao dano neuronal, à falha de sinapse e ao comprometimento da memória”.

Alarmante, né? Partiu academia? Prevenir e cuidar da saúde regularmente ainda é o melhor remédio!

Bjs,
Fabi Scaranzi

9 fatos que toda mulher precisa saber sobre o mal de Alzheimer

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Como somos jovens, é fácil não dar importância à doença de Alzheimer, afinal, ela só afeta pessoas acima dos 60 anos. Parece que ainda há um looongo caminho até que perda de memória e demência possam se tornar ameaças reais. Felizmente, isso é verdade! Mas as chances de que o mal de Alzheimer vá afetar alguém próximo a você são enormes e mesmo que ele não seja um perigo à sua saúde agora, é sempre bom educar-se sobre a doença.

Você sabia que o Alzheimer, apesar de não ser hereditário, já afeta 35 milhões de pessoas no mundo todo? E mais: esse número pode chegar a 70 milhões em 20 anos se nenhuma descoberta sobre como prevenir ou tratar a doença for feita! Mais assustador que esses dados, é o fato de que a maioria das pessoas que sofrem de Alzheimer lutam constantemente para pagar os medicamentos e cuidados que precisam para levarem uma vida saudável e normal.

Por isso, não importa se a doença não interfere a sua vida diretamente, é sempre bom saber como lidar com os sintomas desse mal e principalmente, aprender como ajudar quem, infelizmente, faz parte dessas estatísticas. Aqui nove fatos sobre a doença de Alzheimer que você não pode deixar de saber:

1. Mulheres são mais diagnosticadas com Alzheimer do que os homens
Como se nós já não tivéssemos problemas de saúde o suficiente para resolver (alô, cólicas!), uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Alzheimer revelou que três em casa cinco pacientes que vivem com a doença são mulheres. Entretanto, o neurologista do Hospital Albert Einstein, dr. Ivan Okamoto explica que a doença pode ser bem democrática uma vez que se deve levar em consideração o fato das mulheres viverem mais tempo que os homens. “Proporcionalmente, a doença é mais presente em mulheres, principalmente a partir dos 60 anos. E o número de casos pode vir a dobrar conforme a idade vai avançando”, explica.

A Universidade de Stanford provou através de um estudo que mulheres que carregam o gene ApoE-4, são duas vezes mais propensas a sofrer com o mal de Alzheimer que os homens que possuem o mesmo gene. As razões para este fato, entretanto, continuam desconhecidas.

2. Os sintomas da doença são claros de se identificar
Nada de achar que esquecer a chave de casa ou não saber onde deixou seu celular são sintomas da doença. Diferente do que muita gente pensa, nem todo problema de memória tem a ver com Alzheimer. Esquecer uma coisa ou outra é normal e quase sempre é consequência do stress e da rotina corrida. Dr. Ivan explica que os sintomas do Alzheimer se caracterizam pela perda de memória constante, aquela que atrapalha no andamento do dia-a-dia. “Para donas de casa, por exemplo, elas esquecem como fazer uma receita corriqueira, ou fazem de forma mais lenta atividades que já estavam habituadas. Mulheres que trabalham fora tendem a apresentar problemas de administração de compromissos, além de esquecerem senhas de banco, logins de acesso de contas, o que causa transtornos na execução de atividades mais simples”.

3. O diagnóstico pode levar dias
Não basta apresentar problemas de memória para ser diagnosticada com Alzheimer. O neurologista Ivan Okamoto explica que o diagnóstico é feito através de testes de memórias que pontuam e comparam os resultados com a população da mesma idade e escolaridade. “Através de exames, testes e conversas descobrimos há quanto tempo o paciente tem sofrido de perda de memória, como isso tem impactado seu dia-a-dia e até mesmo se esses lapsos de memória não estão ligados a medicamentos ou doenças como depressão”. Tumores, hemorragias… tudo pode ser motivo para que a memória sofra perdas, portanto, quanto mais testes e exames forem feitos para identificar as causas, melhor.

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4. Não existe um tratamento definitivo para o Alzheimer
Infelizmente, ainda não existe um tratamento ou medicamento que cure a doença. Dr. Ivan ressalta que, atualmente, existem medicações que diminuem a velocidade da perda de memória e até estabilizam o processo do Alzheimer, mas que não prometem recuperar aquilo que foi esquecido. Ele lembra ainda que não há cirurgias, nem nenhuma evidência de medicação milagrosa. “Os tratamentos são diferentes para cada pessoa pois a intenção é sempre suprir as substâncias que faltam no organismo de cada paciente”.

5. A doença possui diferentes estágios
O mal de Alzheimer pode ser visto em três diferentes fases: leve, moderada e avançada.

Leve: esquecimentos quase normais do dia-a-dia, mas que interferem na rotina, como senha de banco, chave do carro e celular.
Moderada: necessidade de supervisão. A pessoa consegue gerenciar seus compromissos, mas precisa de alguém que a acompanhe, como na hora de cozinhar ou tirar dinheiro no caixa eletrônico.
Avançada: estado total dependência, seja para comer, tomar banho ou sair de casa. Dentro desse estágio, encontra-se também a fase terminal. Nela, a pessoa fica na cama, sem capacidade de mobilidade e interação. Ela perde sua capacidade de memória e de linha de pensamento contínua, apresenta alterações de humor, não consegue mais falar, andar, engolir e, na maioria dos casos, morre por causa de complicações causadas pela doença.

6. Bebidas alcoólicas podem confundir o diagnóstico de Alzheimer, principalmente nas mulheres
Se você tem um membro da família que está sendo diagnosticado com Alzheimer, certifique-se de que o verdadeiro problema não é o consumo exagerado de bebidas alcoólicas. Mesmo pesquisas apontando que uma quantidade moderada de álcool pode ajudar a prevenir a doença, se consumido em excesso, podem levar a outro mal, chamado Síndrome de Korsakoff, que tem como principal característica, a demência. Você pode não notar, mas pessoas mais velhas tendem a consumir uma quantidade maior de álcool, especialmente as mulheres. Aliás, 22% das mulheres entre 65 e 74 anos bebem mais do que a dose semanal de álcool indicada pelos especialistas.

7. Mudanças na rotina ajudam a prevenir ou retardar o aparecimento da doença
De acordo com o dr. Ivan Okamoto, países como Suécia e Islândia passaram a adotar cinco mudanças significativas na rotina e um estudo feito em 2015 provou que em dois anos, pessoas que cumpriram cinco etapas de adaptação, apresentaram menores problemas de memória e concentração. São elas:

1. Atividade física aeróbica três vezes por semana.
2. Atividades intelectuais, como palavras cruzadas, xadrez, cursos de língua e computação.
3. Alimentação balanceada, contendo proteínas, carboidratos, vitaminas e alimentos ricos principalmente em ômega 3, como peixes e castanhas. Além de verduras, vinho e mirtilo, que contém antioxidantes poderosos contra a deterioração do cérebro.
4. Prevenção de fatores de risco, como diabetes e pressão alta.
5. Manutenção das relações sociais e familiares, estando sempre rodeada de familiares e amigos, seja em clubes, festas de aniversário ou almoços de domingo.

8. Pesquisas tem avançado em busca na cura deste mal
No final de 2015, Hillary Clinton anunciou que está lutando para que a cura do Alzheimer chegue, em definitivo, até 2025. Ela compartilhou um plano de dez anos e garantiu doar US$ 2 bilhões por ano para pesquisa, afirmando ainda que esses investimentos vão ajudar as famílias americanas a cuidar de parentes que sofram com a doença. Na mesma época, o Congresso americano aprovou uma lei que iria aumentar o financiamento da investigação, para US$ 350 milhões em 2016, elevando o total para US $ 1 bilhão.

Enquanto isso, mais de 40 novas substâncias vêm sendo estudadas para combater a doença. Se aprovadas pelo comitê de ética e liberadas para pesquisa, tudo indica é que, num futuro próximo, haverá um coquetel feito especialmente para parar o processo do Alzheimer.

9. Mulheres são mais propensas a cuidarem de parentes que sofrem de Alzheimer
O número de mulheres que tomam a frente e se responsabilizam pelos cuidados de parentes com Alzheimer é duas vezes maior do que os homens. Pesquisas mostraram que 20% das mulheres que cuidam de alguém com Alzheimer teve que desistir do trabalho integral em empresas pelo parcial, a fim de dividir o dia entre a carreira profissional e o acompanhamento de entes que sofrem com a doença. Enquanto isso, apenas 3% dos homens fizeram o mesmo.

Vale lembrar que cuidar de alguém com Alzheimer não exige só tempo, mas também muito amor, dedicação e paciência. Entenda: se a pessoa não quer tomar banho, por exemplo, não é por birra. Essa atitude é a doença fazendo a pessoa perder sua capacidade de julgamento e desorientando seu comportamento. Portanto, antes de se comprometer, tente entender a fundo como o Mal de Alzheimer funciona. Informe-se sobre a doença e avalie se você está pronta para encarar esse desafio, que barreiras terá que quebrar e não tenha vergonha jamais de pedir ajuda.

Nos cinemas
A atriz Julianne Moore ganhou o Oscar de melhor atriz em 2015 pelo filme Para Sempre Alice. Julianne interpreta o papel de Alice, uma renomada professora que descobre sofrer do mal de Alzheimer ainda no estágio inicial da doença. Lindo e emocionante, vale a pena assistir como a vida de uma família é transformada assim que o diagnóstico do Alzheimer é confirmado!

https://www.youtube.com/watch?v=ikwYmKkvI6o

Bjs,
Fabi Scaranzi

*Imagens: Shutterstock