Outubro Rosa: Prevenção e combate ao câncer de mama

Demorou um bocado para que as mulheres perdessem o medo de se auto-examinar, de fazer mamografia todos os anos, pelo menos a partir dos 4o e visitar o ginecologista. Sim, as mulheres têm se cuidado mais, mas ainda não o suficiente para impedir o avanço da doença. O câncer de Mama é o segundo tipo mais frequente da doença no mundo; é também o mais comum entre as mulheres. Por outro lado, segundo os médicos, o mais fácil de se alcançar a cura, se descoberto a tempo.

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O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo desde o início da década de 90 e foi criado exatamente para ampliar a conscientização sobre a ocorrência do câncer de mama e a necessidade de prevenção. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. O diagnóstico precoce é a arma mais importante para vencer a doença. Se a mensagem ainda não foi captada pela maioria das mulheres, é nossa missão repetir de novo e mais uma vez que evitar este tipo de câncer está em nossas mãos…

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Eu tive o prazer de participar de uma das campanhas, o “Giro Pela Vida“, promovido pelo Instituto Avon. É muito bom ver grandes empresas dedicando parte de seus recursos a ações como essas, que acabam mobilizando também jornalistas, artistas e pessoas públicas, que funcionam como multiplicadores das campanhas de prevenção. Também já fui embaixadora da Campanha “Toque de coragem” da Estee Lauder. E sim, estou sempre à disposição para empresas idôneas que queiram divulgar informações e conscientizar o maior número possível de mulheres sobre o Câncer de Mama.

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A cantora Paula Lima, a atriz Lucia Veríssimo, a jornalista Fabiana Scaranzi e a modelo Luiza Brunet

As instituições brasileiras estão engajadas na causa! Hospitais públicos e particulares, governos, Ongs, formadores de opinião e as mulheres como um todo, principalmente as que já passaram pelo Câncer de Mama ou tiveram alguém próximo que sofreu com ele, aliam-se em ações para estimular a prática dos exames e consulta médica anuais. Bater na mesma tecla, neste caso, nunca é demais.

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A cura do câncer de mama depende da detecção. O diagnóstico em fase inicial, por sua vez, depende da mamografia. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que ela seja feita anualmente, a partir dos 40 anos, embora no Sistema Único de Saúde ela só seja oferecida a partir dos 50. Segundo a mastologista Carolina Fuschino, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia no Distrito Federal, estudos mostram como o diagnóstico precoce leva a um índice de cura de até 95% e que, entre os 40 e 50 anos, o ganho de diminuição de mortalidade com a mamografia é menor que entre os 50 e 69 anos. “Mas, mesmo menor, ele existe. Os tratamentos precoces são menos mutilantes e mais curtos, às vezes sem necessidade de quimioterapia”, alerta.

Todo o câncer de mama é tratável, mas nem todos são curáveis. Tudo depende da fase em que o tumor é diagnosticado (chamado de estadiamento). O médico utilizará estratégias diferentes para melhor tratar o paciente. Conforme o estágio da doença, quando descoberta, o foco do tratamento oncológico poderá ser com intuito curativo ou paliativo.

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O tratamento com intuito curativo se aplica quando os tumores estão localizados na mama e até mesmo com metástase axilar (metástase regional), mas que não atingiram outros órgãos (metástase sistêmica). Neste caso a cura é possível e o médico utilizará o tratamento oncológico máximo. Cirurgia é o tratamento principal, no entanto, quimioterapia, hormonoterapia e radioterapia são os tratamentos utilizados conforme o grau de necessidade e da indicação médica (nem todos os pacientes vão precisar de todas essas modalidades).

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Já o tratamento com intuito paliativo: é a estratégia utilizada para os pacientes que apresentam doença metastática sistêmica (espalhamento pelo sangue das células tumorais originadas da mama para outros órgãos com: ossos, pulmão, pleura, fígado, etc.). Sendo que neste caso, tenta-se prolongar ao máximo a sobrevida do paciente e proporcionar-lhe qualidade de vida, já que a cura já não é possível.

Por isso, mais do que nunca, melhor é prevenir do que remediar. E o que essas campanhas precisam sempre evocar é a necessidade de as mulheres não deixarem de fazer a mamografia seja por preguiça, falta de tempo, falta de dinheiro (ela custa menos do que um vestido e bem menos do que um celular) ou por medo de – quem sabe – descobrir que tenha a doença. Esse pensamento precisa sem erradicado.

Nosso dever como mulheres conscientes e que amam a vida é passar anualmente pelos exames e divulgar essa necessidade para as mulheres próximas de nós, na família, no trabalho, no ciclo de amizades e através das redes sociais. Nem a Mulher Maravilha está livre disso… Vamos fazer nossa parte?
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Fabi Scaranzi
*Imagens: Shutterstock

Combate à AIDS: Não podemos baixar a guarda!

No Dia Internacional de Combate à Aids eu não poderia deixar de falar desta doença terrível que já levou milhares de vítimas no mundo todo. Só no Brasil, são 30 mil novos casos a cada ano! E o mais triste: a cada 3 novos casos, um é de um jovem, entre 16 e 24 anos de idade. A taxa anual subiu em 11% aqui, enquanto regride no primeiro mundo.

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Eu e a cantora Vanessa Camargo no Lançamento da Campanha

Como faço há alguns anos, semana passada, estive no lançamento oficial da Campanha de Mobilização Virtual Contra a Aids do Instituto Emílio Ribas, centro de excelência internacional no estudo e tratamento de doenças infecciosas, particularmente da Aids. Ajudamos a informar, divulgar, e levar a milhares de jovens a importância de cuidar e se proteger. Os meninos tem que usar o preservativo, mas as meninas também tem que exigir que os meninos usem camisinha. Muitas vezes por receio de chatear o menino ou por vergonha, elas não fazem isso. Converso sempre com o Dr. Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto, que trata e convive com pacientes portadores de HIV há muitos anos e não se cansa de alertar para essa preocupação das campanhas e o seu recado – que precisa ser incisivo aos jovens. O número de novas contaminações realmente assusta, mesmo apesar da distribuição gratuita de camisinhas e tanta informação disponível. Não se pode ter trégua, quando a doença cresce.

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1) Usar camisinha 2) Se ela furar, procurar o Instituto e fazer o teste

“Existe uma questão muito delicada da percepção deste jovem ou adolescente de hoje em relação aos avanços da medicina no tratamento da doença, acreditando que pelo fato de haver tratamento, possa haver cura, o que não é verdade. A Aids não tem cura! E o risco de infecção continua o mesmo para qualquer pessoa que mantenha relações sexuais, em qualquer idade, sem o uso de preservativos. Quando esses jovens mantem relações após o uso de álcool ou drogas, por mais que tenham a camisinha no bolso, se esquecem dela, ou não fazem o uso correto”, conta o Dr. Jean.
Por isso, as campanhas não podem parar e precisam falar cada vez mais “a linguagem desses jovens”, daí a mobilização para que elas repercutam nas redes sociais, através de seus ídolos, com uma mensagem clara, reforçada pelas hashtags #sejoganaprevencao #camisinhasempre e o laço vermelho que carateriza a luta contra a Aids.

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O ator Cauã Reymond aderiu à campanha no facebook

“É preciso lembrar que a Aids continua sendo uma doença muito grave, transmitida única e exclusivamente através das secreções de uma pessoa infectada para uma pessoa sadia, quando ocorre o contato da pele com fluidos corporais (sangue, sêmen, secreção pré-seminal, secreção vaginal e leite materno de mãe contaminada). E o que se oferece hoje como tratamento é uma medicação bastante eficaz, mas que não pode ser interrompida até o final da vida e tem sim, efeitos colaterais”, alerta o Dr. Jean. Então se por um lado é preciso lutar contra o preconceito que estigmatiza até hoje os portadores da doença, que precisarão sempre, além do tratamento, apoio dos amigos, familiares e da aceitação da sociedade, é preciso combater da mesma forma o preconceito tolo de se comprar camisinhas nas farmácias e supermercados ou procurar por elas nos centros de distribuição gratuitos, porque é só assim que se impede a ocorrência de novos casos.

“Nós hoje temos mesmo este dilema com a necessidade de abrir os olhos da juventude para que ela saiba que pode ser um processo solitário e doloroso a descoberta da doença se não houver prevenção e por outro lado de confortar e acolher o paciente com Aids explicando que ele pode ter uma sobrevida, com qualidade, diante do tratamento levado à risca. O preconceito ainda existe sim e é uma doença por trás da doença. A família que apoia um parente que tem câncer ou diabetes, pode não ter a mesma reação sabendo tratar-se de Aids, o que leva o próprio paciente a sentir medo e esconder os sintomas. Ele sofre com a dificuldade de aceitar a situação e de lidar com o arrependimento profundo por não ter se precavido. Contra isso contamos com um belo suporte psicológico e multidisciplinar para fazê-lo entender e iniciar o tratamento o mais rápido possível, já contra o preconceito só um trabalho de sensibilização da sociedade e muita informação”, desabafa o infectologista.

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Dez mil balões serão soltos ao meio-dia no vão do Emílio Ribas

Informar com precisão e sensibilidade
Informação foi exatamente o foco da jornalista Roseli Tardelli, quando criou há dez anos a Agência de Notícias da Aids, logo após a morte de seu irmão soropositivo. “Foi a maneira que encontrei de abraçar a causa dos portadores do vírus, que não tinham voz alguma e nem tinham notícias suficientes sobre tratamentos novos, a evolução das pesquisas e os seus direitos como cidadão”. Através da agência sabe-se tudo sobre as lutas e conquistas de pessoas e instituições envolvidas com o sonho da erradicação da doença, os cuidados com quem a adquiriu e as campanhas e movimentos voltados à prevenção.

Jefferson Cardoso, soropositivo há 13 anos encontrou um caminho semelhante, que começou em forma de depoimento anônimo e hoje é um site bem completo e bastante visualizado sobre a Aids e o HIV.O blog Viver com HIV recebe mais de 30 emails, por dia, de pessoas que se descobriram portadoras do vírus e buscam ajuda, informação, um ombro amigo e principalmente alguém que tenha passado por tudo isso e sobrevivido. Jeff revelou ao nosso portal que se sente muito bem em poder ajudar com dicas ou com palavras de apoio e revela: “Foi preciso eu quase morrer, para aceitar minha condição e levar o tratamento a sério! Até hoje não descobri como peguei o vírus, mas com toda a certeza foi por relações sexuais desprotegidas e descuidadas. Um conselho? Usem camisinha!!! O HIV não é mais uma sentença de morte, mas é muito ruim conviver com ele. Os efeitos dos remédios são muito fortes, você tem uma preocupação constante em manter sua imunidade alta e não ficar susceptível a doenças oportunistas, como a tuberculose, fora o preconceito e o tabu em torno da doença, que ainda é muito grande!!!”

“É dessa informação que precisamos”, pontua o Dr. Jean, “mensagens que sensibilizem e alcancem a população e principalmente os jovens. Não podemos baixar a guarda. Agradecemos a quem se dedica a divulgar a nossa bandeira de combate à doença. Nosso plano de vencer o vírus no mundo e erradicá-lo, é de mais 15 anos, mas para isso ser possível, só se a mensagem for espalhada, ouvida e finalmente absorvida por cada adulto e cada jovem que arrisca sua vida, por falta de um cuidado tão simples que se chama preservativo, porque nos preserva”.

Faça você a sua parte, tanto no divulgar, quanto deixar o preconceito de lado e, sobretudo previna- se sempre!!

bj pra vcs
Fabiana Scaranzi