Câncer de mama: como se prevenir e tratar

(Imagem: Pinterest/MindBodyGreen)
(Imagem: Pinterest/MindBodyGreen)

Os números são alarmantes: segundo a Estimativa sobre Incidência de Câncer no Brasil para 2018 e 2019, produzida pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), o país terá 583 mil novos casos de câncer por ano. Desses, 59.700 mil serão tumores de mama. Porém, a boa notícia é que, com os avanços no diagnóstico e as descobertas em tratamento, as chances de cura para este tipo de câncer no estágio inicial já chegam a 96%.

Por que será então que mesmo com o grande número de campanhas chamando as mulheres para exames periódicos e até mesmo sugerindo o autoexame, este ainda é o tipo de câncer que mais mata no Brasil? De acordo com Suzan Menasce Goldman, médica radialista e professora do departamento de diagnóstico por imagem da Unifesp, quando a população não passa por um rastreamento, o tumor é encontrado em estágio avançado, reduzindo drasticamente suas chances de cura. “São 29% de casos novos de câncer de mama a cada ano. Nos países desenvolvidos ele também o segundo tipo de câncer mais prevalente, mas suas taxas são menores porque a população é rastreada anualmente”, explica.

Importância do autoexame
Mesmo dividindo opiniões, para Suzan, a prática do autoexame é importante, sim. Porém, de forma isolada, não é eficiente para a detecção precoce do tumor e não substitui os exames feitos por profissionais, nem o rastreamento com mamografia. “Algumas vezes, ao nos apalparmos, sentimos algum carocinho que pode passar despercebido em mamografias. Em outros casos, pode ocorrer o “câncer de intervalo”, que são aqueles nódulos que aparecem com crescimento muito rápido e por isso não foram encontrados no rastreamento anual”, ressalta.

A médica afirma ainda que acredita no sexto sentido da mulher e que ele não deve nunca ser subestimado. “Nós sentimos quando há algo errado com o nosso corpo. Por isso, a importância de se tocar e procurar sentir o que incomoda. Se você tem a sensação de algo diferente nas mamas, bata o pé e peça um exame mais detalhado ao seu ginecologista”.

Atenção aos sintomas
O câncer em estágio inicial não apresenta sintomas, por isso a necessidade de realizar um exame anualmente. Agora, se você sentir alguma alteração nas mamas, deve urgente procurar seu ginecologista e pedir uma mamografia, uma vez que essas mudanças só ocorrem quando o tumor já está em um estágio mais avançado. Os sintomas mais comuns são:

– Pele repuxada
– Aparecimento de caroço ou área endurecida na região das mamas ou axilas
– Secreção vermelha ou cristalina
– Dor ou rigidez
– Nódulo palpável
– Retração do bico da mama
– Mudança no formato e tamanho dos seios
– Alteração da pele, como manchas, inchaço ou vermelhidão

Fatores de risco
A maioria das mulheres que apresentam câncer de mama, normalmente já possuem um histórico desse tipo de doença na família. Entretanto, alguns outros fatores também aumentam os riscos de incidência da doença:

– Quanto maior o número de glândulas na região das mamas, maior a chance do aparecimento de tumores
– Genética
– Uso exagerado de anticoncepcionais – uma vez que os hormônios aumentam a quantidade de glândulas e vascularizações das mamas
– Consumo exagerado de bebidas alcoólicas e cigarro
– Alimentação a base de gordura
– Falta de exercícios físicos
– De acordo com um estudo americanos, experiências que geram tristezas profundas, como a perda de entes queridos também aumentam as chances da manifestação da doença

De olho nos tratamentos
A ciência não para de pesquisar medicamentos e técnicas que liquidem o câncer de mama em todas as suas fases, mas, para Suzan Goldman, o melhor tratamento para a doença é descobri-la o quanto antes. “É fundamental estadiar a paciente diagnosticada com a doença. É preciso instrui-la quanto ao tamanho do nódulo, onde ele está localizado, se é único ou se existe mais de um”.

De acordo com o New England, maior publicação científica e médica do mundo, o uso da ressonância magnética é fundamental em casos de suspeita de tumores nas mamas e deve ser usada principalmente em pacientes com alto risco, como aquelas que possuem histórico de câncer de mama na família. “A ressonância vê muito mais do que a radiografia ou o ultrassom. Ela pode e deve ser usada em suspeitas que na mamografia não foram completamente diagnosticadas”.

Com a doença já confirmada, parte-se então para a radioterapia. A novidade, porém, é que em muitos casos previamente selecionados, ao invés da paciente passar pelo procedimento durante 30 dias, todos os dias, a radio seja feita durante a própria cirurgia de retirada do tumor, agindo como uma “limpeza” da mama.

A quimioterapia, apesar de mais agressiva, tem um efeito maior nos tratamentos da doença, uma vez que ela lê o “nome e sobrenome” de cada tipo de câncer. “Ela se direciona melhor para cada caso específico. Isso faz com que as mulheres que passam por este tipo de tratamento tenham uma sobrevida maior”, diz Suzan.

O melhor é prevenir
O câncer de mama cresce rápido em mulheres de 40 a 65 anos, por isso recomenda-se que a primeira mamografia seja feita aos 35. No Brasil, sugere-se que o exame seja feito anualmente ou bianualmente. Suzan, entretanto, é adepta a primeira opção. “Principalmente pacientes que são consideradas alto risco e possuem casos de câncer de mama na família (como mãe, irmãs, tias, primas e avós), é fundamental realizar o exame a cada ano”. A médica explica ainda que existe um questionário realizado pelos próprios ginecologistas para saber se você é, ou não, classificada como paciente de risco.

Lembre-se que o ultrassom é um exame complementar a mamografia e não deve nunca ser usado como avaliação única. Ele consegue enxergar a glândula, mas não tem o poder de dizer se esta é sólida, líquida, irregular… Por isso a importância da mamografia. Só ela conseguirá fazer o rastreamento dessas manchas e dizer exatamente o conteúdo dentro dela.

Mulheres com mais de 40 anos têm direito à realização anual da mamografia e ultrassonografia para diagnóstico na rede SUS – Sistema Único de Saúde. Agora, caso haja casos da doença na sua família, esqueça a regra dos 35 anos e realize exames em laboratórios particulares o quanto antes. “É fundamental iniciar a rotina de exames de mamografia dez anos antes da data em que foi diagnosticado o caso de câncer de mama na família”.

Lembre-se: não importa qual seja o seu caso, o melhor é sempre cuidar da sua qualidade de vida e da alimentação, além de fazer um check-up completo anualmente. Não existe segredo maior para uma saúde de ferro do que a prevenção!

Câncer de mama: 3 mulheres venceram essa luta e recuperaram a autoestima

Outubro chegou e com ele vem o alerta à todas as mulheres acima dos 35 anos: a importância da mamografia anual e do autoexame sempre que possível. Sabia que, quando diagnosticado na fase inicial da doença, as chances cura do câncer de mama chegam a 96%?

Depois de produzir uma matéria especial apontando todos os sintomas, formas de tratamento e até maneiras de prevenção da doença, além de uma entrevista exclusiva com a apresentadora Sabrina Parlatore contando como enfrentou o câncer de mama com muita serenidade, esse ano resolvi homenagear o Outubro Rosa trazendo a história de três guerreiras de idades, profissões e perfis diferentes que enfrentaram o câncer de mama e, com a ajuda do Projeto Pérolas recuperaram a confiança, a autoestima e reaprenderam a amar o próprio corpo. São lindas histórias de superação que valem como inspiração. O caminho não é fácil, mas a luta vale a pena e, abaixo, elas contam o que aprenderam ao enfrentarem (e vencerem!) essa doença.

Christina Guedes, 56 anos

(fotografia de Bárbara Montarroyos)
(fotografia de Bárbara Montarroyos)

“Quando descobri o câncer de mama estava de megahair, fazendo planos para diminuir os seios e ainda me sentindo atraente aos 51 anos. Mas em abril de 2014 percebi que minha axila esquerda estava inchada. Fui apalpando e senti um caroço. Ao redor do seio não consegui perceber nada, mas foi o suficiente pra me deixar em pânico. Procurei logo meu ginecologista, que confirmou a existência de algo e, no mesmo dia, comecei a minha saga de exames. Foi duro esperar pelos resultados… para mim a pior parte de tudo. Só meu companheiro e eu sabíamos. E passar pelo Dia das Mães com essa sentença de morte pairando sobre a cabeça foi muito difícil. Só chorava e me agarrei ainda mais na fé.

Quando os resultados chegaram e meu inimigo fora identificado, resolvi que tinha que lutar com todas as forças e com o que fosse possível. Encarei a palavra que alguns nem têm coragem de pronunciar. Compartilhei com família e amigos e passei eu mesma máquina zero quando percebi que doeria muito mais ver os cabelos saindo em cada escovação, a cada banho. Confesso que perder os cabelos, sobrancelhas e cílios abalou bastante a minha autoestima. Me olhava no espelho e não me reconhecia. Pensava: ‘então essa sou eu pelo avesso. E vou tem que conviver com esse meu lado por algum tempo’.

Procurei passar pelo tratamento de uma forma bem leve. Não queria que meus dois filhos sofressem. Aparecia, pela manhã, sempre com perucas diferentes: black power, ruiva, loira, com lenços coloridos… sem eles não ficava nem para dormir. Não queria que me vissem careca. Coisas de mulher vaidosa que sempre fui. Enfim, passei por dois anos de tratamento, engordei 10 quilos, fiquei sem meus cabelos e percebi que isso não é nada diante da graça de poder acordar todas as manhãs e recomeçar minha luta. Tive tantas demonstrações de carinho e solidariedade… momentos de extrema felicidade e amor. Agradeço a Deus por ter passando por essa experiência. Até madrinha de casamento fui nesse período. Procurava sempre passar serenidade e confiança em Deus de que tudo isso iria passar. E passou.

Fiz quimioterapia, radioterapia, retirei a mama esquerda, perdi minha mãe com a mesma doença com a qual eu estava lutando. Tive que ajudar meu companheiro com crise de diverticulite e ao meu filho de 14 anos que apresentou sintomas de síndrome de pânico. Tive que ser forte por mim e por eles. Hoje, não me aborreço com nada… estou curada! Venci um tumor de mais de 12cm e metástases na axila.

Agora aguardo pela reconstrução. Enquanto isso vou participando de projetos como o “Pérolas” que quer nos devolver a visão de mulher…e mulher poderosa! Quero, com a minha experiência, poder ajudar tantas outras mulheres que se deixam vencer pelo medo. Não pensem na doença e viva um dia de cada vez! Agradeço a Deus por cada momento vivido. Sei que me tornei uma pessoa melhor.”

Dolores Oliveira, 46 anos

(fotografia de Camila Balthazar)
(fotografia de Camila Balthazar)

“Eu era uma mulher que adorava namorar, sair pra dançar, vivia cercada de amigos, trabalhava, tinha uma vida bem ativa. Sou mãe de duas meninas, as quais amamentei até os três 3 anos de idade. Nunca tive nenhum tipo de doença, sempre fui saudável.

Eu estava no trabalho quando recebi o telefonema da clínica onde havia feito uma exérese (remoção por cirurgia), pedindo que eu comparecesse para pegar o resultado. Na hora, senti que havia algo errado. Ao entrar no consultório, o médico me disse que eu estava com câncer. E eu, muito nervosa, perguntei se ele estava brincando comigo. Ele me encaminhou para um oncologista.

Saí de lá sem chão, tentando não chorar, mas o desespero era enorme. Pensava que iria morrer e que minhas filhas ficariam órfãs. Eu senti muito medo de morrer. Pra mim o câncer era uma sentença de morte, não sabia nada a respeito. Cheguei em casa e desabei.

A parte emocional foi a mais dolorosa. Eu, que sempre fui uma mulher forte e decidida, tinha agora nas mãos um diagnóstico que eu sabia que teria que ter muito mais força para enfrentar.

Logo na primeira consulta com o oncologista fui avisada que deveria fazer a cirurgia de retirada da mama mas, como eu não aceitava a doença, demorei mais de quatro meses para fazê-la. E só fiz depois que o médico confirmou, mais uma vez, que eu estava com câncer, realmente.

Minha autoestima ficou abalada porque eu já não me achava bonita. Antes do câncer meu corpo era lindo e, por causa da quimio, fiquei inchada. Comecei a me retrair e a me fechar para relacionamentos. Foi através de uma foto de uma amiga, no Facebook, que conheci o Projeto Pérolas. Ela também lutava contra o câncer e estava simplesmente linda na foto. Eu também quis fazer um ensaio.

Eu já havia marcado a cirurgia de reconstrução mamária e, logo depois dela, participei de um ensaio. Na noite que antecedia as fotos nem consegui dormir de tão ansiosa. Mas, ao chegar, fiquei muito à vontade.

Nunca tinha me visto daquele jeito, maquiada, produzida, linda! Meus olhos encheram de lágrimas quando vi as fotos. Estava tão linda! Autoestima é eu poder me olhar no espelho e gostar do que vejo, é andar pelas ruas sem ter vergonha quando um homem me olha, é gostar de me arrumar e me sentir bem comigo mesma. Saber que apesar de ter ficado careca, inchada e ter passado por todo aquele processo, eu permaneço mulher e posso, sim, ser bonita e desejada.”

Fabíola Alves, 36 anos

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(fotografia de Beta Bernardo)

“Descobri o câncer de mama no ano de 2014, quando notei um caroço no seio. Procurei um mastologista direto, fui na consulta e ela pediu logo uma mamografia, de urgência. No fundo, no fundo, eu já sabia que estava com câncer. Peguei o resultado no mesmo dia e foi positivo. A enfermeira ainda tentou disfarçar, dizendo que era um “carocinho” e que eu precisaria fazer outro exame, a biópsia.

Durante os vinte e um dias de espera do resultado da biópsia, fiquei super nervosa e ansiosa e, quando peguei o resultado – 98% de câncer maligno – meu coração gelou. Quando a médica confirmou, me disse que eu precisaria operar rapidamente e assim aconteceu. Mais exames e muita correria! Operei em agosto de 2014, fiz o quadrante e esvaziei a axila toda.

Quando acordei, a primeira coisa que eu perguntei foi se tinha comida! Tentei levar tudo da melhor forma possível, sempre rindo e brincando. A quimio me deu reações ruins, enjoos, tremedeiras, as unhas dos pés e das mãos ficaram pretas, minha vagina ficou toda cortada. Foi um período de sofrimento, em que a família sofreu junto comigo. Meu marido ficou arrasado, meus filhos e minha mãe também. Todos choravam sem que eu percebesse. Foram seis meses de tortura mas, graças a Deus, minha trajetória com câncer de mama acabou! Depois foram 38 sessões de radioterapia e queimadura de terceiro grau em várias partes do corpo. Pra mim, essa foi a pior parte de todas.

Tive apoio da família e amigos, graças a Deus. Pessoas que eu achei que eram amigas se afastaram, mas também tive apoio de gente que não era tão próxima e que se tornaram amigos. Meus filhos foram muito maduros durante esse período. Me apoiaram, me diziam que eu estava linda careca. Nenhum deles, nem meus filhos, nem meu marido sentiu vergonha de mim. Pelo contrário, andavam de mãos dadas comigo, me beijavam. Isso foi fundamental para que eu conseguisse passar por isso tudo.”

Conhecendo o Projeto Pérolas

Conversando com a idealizadora do Projeto Pérolas, Mel Masoni, descobri que a ideia surgiu a partir da sua vontade de ajudar mulheres que atravessavam o câncer de mama a recuperarem a autoestima. “Como sou produtora e diretora de arte, entrei em contato com amigos artistas a fim de fazermos ensaios fotográficos gratuitos para elas”, conta.

Mel acredita que a fotografia tem o poder de nos retratar de formas muito além do que estamos acostumadas a nos ver no espelho e essa foi a forma que encontrou para ajudar a resgatar a autoestima de ser mulher. “O projeto está em plena expansão porque estamos descobrindo juntas as inúmeras possibilidades de empoderarmos essas mulheres”.

Hoje, o Projeto Pérolas conta com um grande número de voluntários, que vão desde fotógrafos, até editores de vídeo, maquiadores e psicólogos. Tudo para deixar as mulheres que participam dos ensaios ainda mais felizes e confiantes, aliviando um pouco os traumas causados pelo câncer de mama e restaurar sua autoestima e amor próprio.

Bacana, né? Projeto e histórias inspiradoras, com certeza!

Bjs,
Fabi Scaranzi

*Para saber mais: www.projetoperolas.com.br

Outubro Rosa: Prevenção e combate ao câncer de mama

Demorou um bocado para que as mulheres perdessem o medo de se auto-examinar, de fazer mamografia todos os anos, pelo menos a partir dos 4o e visitar o ginecologista. Sim, as mulheres têm se cuidado mais, mas ainda não o suficiente para impedir o avanço da doença. O câncer de Mama é o segundo tipo mais frequente da doença no mundo; é também o mais comum entre as mulheres. Por outro lado, segundo os médicos, o mais fácil de se alcançar a cura, se descoberto a tempo.

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O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo desde o início da década de 90 e foi criado exatamente para ampliar a conscientização sobre a ocorrência do câncer de mama e a necessidade de prevenção. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. O diagnóstico precoce é a arma mais importante para vencer a doença. Se a mensagem ainda não foi captada pela maioria das mulheres, é nossa missão repetir de novo e mais uma vez que evitar este tipo de câncer está em nossas mãos…

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Eu tive o prazer de participar de uma das campanhas, o “Giro Pela Vida“, promovido pelo Instituto Avon. É muito bom ver grandes empresas dedicando parte de seus recursos a ações como essas, que acabam mobilizando também jornalistas, artistas e pessoas públicas, que funcionam como multiplicadores das campanhas de prevenção. Também já fui embaixadora da Campanha “Toque de coragem” da Estee Lauder. E sim, estou sempre à disposição para empresas idôneas que queiram divulgar informações e conscientizar o maior número possível de mulheres sobre o Câncer de Mama.

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A cantora Paula Lima, a atriz Lucia Veríssimo, a jornalista Fabiana Scaranzi e a modelo Luiza Brunet

As instituições brasileiras estão engajadas na causa! Hospitais públicos e particulares, governos, Ongs, formadores de opinião e as mulheres como um todo, principalmente as que já passaram pelo Câncer de Mama ou tiveram alguém próximo que sofreu com ele, aliam-se em ações para estimular a prática dos exames e consulta médica anuais. Bater na mesma tecla, neste caso, nunca é demais.

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A cura do câncer de mama depende da detecção. O diagnóstico em fase inicial, por sua vez, depende da mamografia. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que ela seja feita anualmente, a partir dos 40 anos, embora no Sistema Único de Saúde ela só seja oferecida a partir dos 50. Segundo a mastologista Carolina Fuschino, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia no Distrito Federal, estudos mostram como o diagnóstico precoce leva a um índice de cura de até 95% e que, entre os 40 e 50 anos, o ganho de diminuição de mortalidade com a mamografia é menor que entre os 50 e 69 anos. “Mas, mesmo menor, ele existe. Os tratamentos precoces são menos mutilantes e mais curtos, às vezes sem necessidade de quimioterapia”, alerta.

Todo o câncer de mama é tratável, mas nem todos são curáveis. Tudo depende da fase em que o tumor é diagnosticado (chamado de estadiamento). O médico utilizará estratégias diferentes para melhor tratar o paciente. Conforme o estágio da doença, quando descoberta, o foco do tratamento oncológico poderá ser com intuito curativo ou paliativo.

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O tratamento com intuito curativo se aplica quando os tumores estão localizados na mama e até mesmo com metástase axilar (metástase regional), mas que não atingiram outros órgãos (metástase sistêmica). Neste caso a cura é possível e o médico utilizará o tratamento oncológico máximo. Cirurgia é o tratamento principal, no entanto, quimioterapia, hormonoterapia e radioterapia são os tratamentos utilizados conforme o grau de necessidade e da indicação médica (nem todos os pacientes vão precisar de todas essas modalidades).

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Já o tratamento com intuito paliativo: é a estratégia utilizada para os pacientes que apresentam doença metastática sistêmica (espalhamento pelo sangue das células tumorais originadas da mama para outros órgãos com: ossos, pulmão, pleura, fígado, etc.). Sendo que neste caso, tenta-se prolongar ao máximo a sobrevida do paciente e proporcionar-lhe qualidade de vida, já que a cura já não é possível.

Por isso, mais do que nunca, melhor é prevenir do que remediar. E o que essas campanhas precisam sempre evocar é a necessidade de as mulheres não deixarem de fazer a mamografia seja por preguiça, falta de tempo, falta de dinheiro (ela custa menos do que um vestido e bem menos do que um celular) ou por medo de – quem sabe – descobrir que tenha a doença. Esse pensamento precisa sem erradicado.

Nosso dever como mulheres conscientes e que amam a vida é passar anualmente pelos exames e divulgar essa necessidade para as mulheres próximas de nós, na família, no trabalho, no ciclo de amizades e através das redes sociais. Nem a Mulher Maravilha está livre disso… Vamos fazer nossa parte?
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Fabi Scaranzi
*Imagens: Shutterstock

“Para Além do Outubro Rosa”: a importância da detecção precoce do câncer de mama

Na última segunda-feira (28) a apresentadora Ana Furtado publicou no seu Instagram um depoimento emocionante contando como descobriu um câncer de mama em estado inicial e ressaltou a importância do autoexame.

O assunto é constantemente falado aqui no site e não é à toa: cerca de 95% dos casos de câncer de mama possuem chances de cura se forem detectados logo no início. Em parceria com a Avon, entrevistei especialistas sobre o assunto a fim de desmistificarmos o que achamos que sabemos e aprendermos o que realmente importa sobre a doença.

Aperte o play e confira a entrevista completa com Dra. Maira Caleffi, mastologista e presidente do FEMAMA; Henrique Prata, presidente do Hospital do Câncer de Barretos – maior centro de tratamento gratuito de combate à doença do país; e Raphael Haikel Jr., médico responsável pelo departamento de unidades móveis do hospital.

E atenção para uma última dica superimportante da Dra. Maira Caleffi: ninguém, melhor do que você conhece a sua mama. “Mesmo sendo necessário ir a um, dois ou mais médicos, não deixe de investigar qualquer sinal estranho. Tocar o próprio corpo e fazer esse controle preventivo ainda é o melhor caminho para a cura do câncer de mama”.

Bjs

Fabi

Outubro Rosa! Instituto Quimioterapia & Beleza recupera autoestima de mulheres com câncer

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Todo ano faço questão de fazer uma matéria aqui no site falando sobre o Outubro Rosa – campanha criada para ampliar a conscientização sobre a ocorrência do câncer de mama e a necessidade de prevenção e do autoexame.

Depois de dividir com vocês todas as informações sobre a doença, revelar os mitos e verdades sobre esse tipo de câncer e ainda contar três histórias inspiradoras de mulheres que deram a volta por cima e superaram o câncer de mama com graça e leveza, quero contar um pouquinho sobre um projeto incrível que conheci: o Instituto Quimioterapia & Beleza!

Nunca ouviu falar? O Instituto, criado por Flavia Flores, surgiu através de uma necessidade pessoal. Em 2012 Flavia descobriu o câncer de mama e, desde então, viu sua vida mudar radicalmente. “É estranho admitir, mas o câncer mudou minha vida. Eu não seguia uma boa alimentação, dormia mal, não praticava exercícios, estava sempre na balada. O câncer de mama foi a forma que meu corpo encontrou para me mostrar que algo precisava mudar”, diz.

Com o diagnóstico da doença, Flavia se reinventou. Assumiu uma nova postura, acertou a alimentação, passou a praticar atividades físicas regulares e principalmente a fazer o bem! “Sempre fui muito preocupada em ajudar o próximo e foi com a câncer de mama que encontrei minha missão. Ao descobrir a doença, muitos amigos se afastaram por não saber como abordar o problema. Foi assim que tive a ideia de criar um canal na internet em que eu pudesse mostrar através de fotos e vídeos minha rotina de tratamento e os principais desafios frente à doença, inclusive em relação à moda e beleza. Assim podia mostrar que lutar contra um câncer não era um bicho de sete cabeças e que eu continuava a mesma pessoa”, explicou. A ideia, que a princípio tinha como objetivo atingir amigos e parentes, não demorou até que viralizasse na internet e se tornasse o sucesso que é hoje.

“Acredito que grande parte do meu sucesso se deva ao nome ‘Quimioterapia e Beleza’, que acabei escolhendo sem querer enquanto procurava por truques de beleza na internet para pôr em prática durante o tratamento. Percebi que não existia um site que abordasse dúvidas comuns de beleza de quem está enfrentando um câncer, seja ele do tipo que for”. Através da sua necessidade, surgiu a ideia de criar um espaço para mulheres portadoras de câncer e assim suprir todo tipo de dúvida: como amarrar um lenço, como refazer as sobrancelhas que caíram por causa da quimioterapia, como disfarçar manchas, olheiras e delinear o rosto – que de acordo com Flavia, fica inchado e pálido devido o efeito da quimio. Bacana, né?!

Conheça o Instituto Quimioterapia & Beleza
Conversando com Flavia, descobri que a principal missão do Instituto não é apenas dar dicas de moda e beleza para quem está lutando contra um câncer, mas também levar autoestima e confiança para pacientes do mundo inteiro, inspirando-as e mostrando que elas não estão sozinhas.

Desde a criação Instituto Quimioterapia & Beleza, Flavia já promoveu outras ações bem interessantes. Junto com o Instituto ABIHPEC – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmético – criou o projeto “De Bem Com Você – A Beleza Contra o Câncer”, onde oferece oficinas de maquiagem dentro de hospitais públicos e presenteia as pacientes com aulas e kits de make.

Outra ação do Instituto que merece atenção é o “Banco de Lenços Flavia Flores”. Através do site www.bancodelencos.com.br pacientes com câncer fazem seu cadastro contando quem são, que tipo de câncer têm, onde se tratam e ainda descrevem um pouco do seu estilo. Assim, Flavia escolhe, dentre as muitas opções que tem, o lenço perfeito para presenciar essas mulheres. “Hoje, mais de 20 mil lenços já foram distribuídos”, conta.

Um modelo de superação
Com o sucesso do Instituto Quimioterapia & Beleza, não demorou até que Flavia Flores fossem convidada a dar palestras e participar de eventos em clínicas e hospitais.

Dentre todas as experiências e histórias confidenciadas, Flavia percebeu que existe uma identificação imediata por parte de mulheres que estão passando pelo que ela passou há cinco anos atrás. “Elas sabem que eu também perdi o cabelo, passei por uma cirurgia, precisei retirar meus seios. Que meu namorado e alguns amigos me abandonaram depois do diagnóstico e que essa dificuldade dos outros em saber como lidar com uma pessoa doente é ‘normal’. Eu vivi o que elas também viveram ou estão vivendo. Essa aproximação é fundamental para mostrar que tudo pode ser superado, dia após dia e que é possível se sentir feliz de novo e dar a volta por cima”.

Hoje, o Instituto Quimioterapia & Beleza sobrevive através de doações e parcerias e, por isso, está constantemente atrás de novos colaboradores para manter esse trabalho tão bonito. Interessados em ajudar podem entrar em contato com Flavia através do site do Instituto, clicando aqui!

Aliás, vale a pena dar uma passadinha no site para conhecer todas as dicas de beleza compartilhadas por Flavia e dividi-las com todas as mulheres guerreiras que estão enfrentando um câncer de mama (ou qualquer outro!) e que precisam se sentir mais bonitas, vaidosas e confiantes.

 “O Instituto é um espaço seguro e uma corrente do bem para que mulheres recuperem sua confiança e autoestima e passem a diante as dicas que aprenderam comigo para outras pacientes precisando das mesmas instruções. É isso que faz meu trabalho tão gratificante. Eu amo o que faço e não troco por nada”.

Incrível a história e iniciativa da Flavia, né?! Um exemplo de superação e força!

Bjs,
Fabi Scaranzi

*Fotos: Ricardo Wolff/ Agência RBS

Câncer de mama e Instituto Avon: fim dos mitos sobre a doença!

Todo ano minha presença na campanha do Instituto Avon na luta contra o câncer de mama é garantida! (Foto: Rodrigo Jacob/grafias)
Todo ano minha presença na campanha do Instituto Avon na luta contra o câncer de mama é garantida! (Foto: Rodrigo Jacob/grafias)

Tão bom ver que o Outubro Rosamovimento internacional criado para conscientizar cada vez mais mulheres sobre o câncer de mama e a necessidade de prevenção – tem a cada ano mais engajamento.

Afinal, a doença é séria, mas quando diagnosticada na fase inicial as chances de cura chegam a 96%. Por isso, lembro quem me acompanha aqui no site de uma matéria especial que fiz sobre o câncer de mama, seus sintomas, meios de prevenção e tratamentos. Sem falar da entrevista inspiradora (e exclusiva!) com a apresentadora Sabrina Parlatore, contando sua luta contra a doença e como ela enfrentou esse desafio com muita calma e serenidade. Uma guerreira, assim como tantas outras mulheres que enfrentaram o câncer com leveza, graciosidade e porque não, até com um pouquinho de bom humor!

Ontem, tive o prazer de participar de uma campanha muito bacana promovida pelo Instituto Avon, chamada “Giro Pela Vida”. Aliás, todos os anos participo da campanha pra ajudar a conscientizar as mulheres sobre  a importância de fazer os exames anualmente. Afinal, tem coisa melhor do que ver grandes empresas dedicando parte de seus recursos a ações que mobilizam jornalistas, artistas e pessoas públicas como multiplicadores de campanhas de prevenção? Iniciativa nota mil!

Com a embaixadora da campanha "Giro Pela Vida", Luiza Brunet e a apresentadora Sabrina Parlatore. (Foto: Rodrigo Jacob/grafias)
Com a embaixadora da campanha “Giro Pela Vida”, Luiza Brunet e a apresentadora Sabrina Parlatore. (Foto: Rodrigo Jacob/grafias)
Lírio Cipriani, diretor executivo do Instituto Avon
Lírio Cipriani, diretor executivo do Instituto Avon. (Foto: Rodrigo Jacob/ grafias)

Pensando em trazer informações diferentes sobre o câncer de mama pra vocês esse ano, escolhi algumas questões que ainda causam dúvidas entre as mulheres e que foram respondidas pelo INCA – Instituto Nacional do Câncer. Confira já!

Dizem por aí: Mulheres com histórico familiar de câncer de mama terão câncer de mama inevitavelmente.
INCA responde: A maior parte das mulheres que têm câncer de mama não tem histórico famílias. Mas, uma mulher cuja mãe, irmã ou filha já tiveram câncer de mama tem maiores chances de apresentar a doença. Parentes do sexo masculino com câncer de mama também podem aumentar o risco.

Dizem por aí: Mulheres que não têm histórico familiar nunca desenvolverão tumores nos seios.
INCA responde: Nenhuma mulher está livre de desenvolver um tumor maligno nas mamas.

Dizem por aí: O câncer de mama ocorre apenas em mulheres mais velhas, com mais de 40 anos.
INCA responde: O risco de ter câncer de mama aumenta muito com a idade, porém, todas as mulheres, pelo fato de serem mulheres, já apresentam risco de terem a doença, mesmo que sejam jovens.

Dizem por aí: O câncer de mama sempre aparece como um caroço.
INCA responde: Essa é uma das maneiras de manifestação do tumor (nódulo). Também pode aparecer como microcalcificações, que são detectadas somente por meio da mamografia. O câncer de mama pode se manifestar, também, por meio de secreções ou descamação do mamilo. Lembrando que nem todo nódulo ou caroço nas mamas é, necessariamente, câncer.

Dizem por aí: Quem já teve câncer de mama uma vez, jamais terá de novo.
INCA responde: Infelizmente, o fato de uma pessoa já ter se curado de um câncer, seja ele na mama ou em qualquer outro tecido, não livra a pessoa de desenvolver outro câncer no mesmo ou em outro órgão.

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(Imagem: Shutterstock)

Dizem por aí: Sutiã apertado favorece o câncer de mama.
INCA responde: Nenhum tipo de sutiã influencia no desenvolvimento de tumores malignos nas mamas.

Dizem por aí: Mulheres com seios pequenos não tem câncer de mama
INCA responde: O tamanho das mamas não tem interferência no favorecimento da doença. Mulheres com seios fartos, medianos ou pequenos podem, ou não, desenvolver a doença, levando em consideração uma série de variáveis internas (organismo) e externas (hábitos de vida).

Dizem por aí: Mulheres que apresentam mais de um fator de risco terão câncer de mama com certeza.
INCA responde: Ser mulher já um fator de risco para desenvolver o câncer de mama. Apresentar mais de um fator, apesar de ser um alerta, não significa que você terá câncer de mama invariavelmente. Grande parte dos diagnósticos de câncer de ama são em mulheres que não necessariamente se encaixam em padrões de risco.

Dizem por aí: Amamentar aumenta o risco de desenvolver câncer de mama.
INCA responde: Ao contrário. Durante a amamentação, a produção hormonal da mulher diminui e, por isso, os riscos de desenvolver câncer de mama também caem.

Dizem por aí: Não apresentar um gene mutado, como o BRCA1 ou BRCA2, significa nunca ter câncer de mama.
INCA responde: Mesmo sem apresentar esses genes mutados é possível, sim, desenvolver câncer de mama. Cerca de 90% dos diagnósticos desse tipo de câncer não estão relacionados à fatores hereditários.

Dizem por aí: Autoexame dispensa a mamografia.
INCA responde: O Raio X das mamas (mamografia) é um exame imprescindível para a detecção precoce de tumores, que nem sempre são palpáveis no autoexame ou no exame clínico realizado por um profissional.

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(Imagem: Shutterstock)

Dizem por aí: A radiação da mamografia (realizada anualmente) causa câncer.
INCA responde: O índice de radiação apresentado nas mamografias é baixo e, portanto, seguro. O exame apresenta mais benefícios que riscos, já que é o principal aliado na detecção precoce da doença e deve ser realizado impreterivelmente uma vez por ano a partir dos 40 anos.

Dizem por aí: A obesidade não tem nenhuma relação com a incidência de câncer de mama.
INCA responde: A obesidade é um dos fatores prejudiciais e que pode, sim, aumentar os riscos de desenvolver a doença, justamente porque o excesso de peso aumenta os níveis de estrogênio, hormônio que alimenta o tumor.

Dizem por aí: Uso de anticoncepcional não tem nenhuma influência no desenvolvimento de câncer de mama.
INCA responde: Pode haver risco relativo para desenvolver o câncer de mama, porém esse índice é muito baixo. Em contrapartida, a pílula reduz o risco para câncer de ovário e endométrio.

Dizem por aí: Prótese de silicone pode causar câncer de mama.
INCA responde: Não há relação nenhuma entre próteses de silicone e aumento do risco de desenvolver câncer de mama. O problema é que, em geral, as próteses podem dificultar o diagnóstico por imagem do tumor.

Dizem por aí: O uso de desodorante contribui para o desenvolvimento da doença.
INCA responde: Não há relação nenhuma entre o uso de cosméticos nas axilas com a incidência de tumores nessa região e/ou nas mamas.

Dizem por aí: Consumo de chá verde diariamente previne o câncer de mama.
INCA responde: O chá verde é uma bebida com poder antioxidante com efeitos benéficos, mas não há nada comprovados em relação ao câncer.

 E não se esqueça: a mamografia deve ser feita anualmente. Já marcou a sua?

Bjs,
Fabi Scaranzi

Sabrina Parlatore conta com exclusividade como enfrentou o câncer de mama

Em entrevista exclusiva para o Site Fabiana Scaranzi, a apresentadora Sabrina Parlatore conta como lutou contra o câncer de mama e como sua vontade de viver a fez enfrentar esse novo desafio da vida com muita calma e serenidade.