Ao ler a carta de despedida ao estresse escrita por Heidi Hanna, diretora executiva do The American Institute of Stress e autora mais vendida de 2017 de acordo com o New York Times, percebi que esse problema – também conhecido como um mal do século – é muito mais comum do que a gente pensa e principalmente: que muitas de nós já não conseguem mais imaginar a vida sem uma dose de estresse todos os dias. Alarmante, né?! Quem diria que essa palavra tão temida (e conhecida!) na atualidade serviria também como uma injeção de motivação para que a gente não se deixe abater?
Abaixo, traduzo a carta na íntegra. Dá uma olhada!
Querido estresse,
Deixe-me começar dizendo o quanto estou agradecida pelo tempo que passamos juntos. Essa carta não é sobre você, mas sobre mim. Você esteve lá para me levantar com mais frequência do que eu posso me lembrar. Muitas manhãs, quando eu queria ficar na cama para descansar, você me lembrou que eu não tinha um momento sequer para desperdiçar. “Viva a vida ao máximo”. “Você só vive uma vez”. “Você pode descansar quando estiver morta”. Foi a sacudida de energia que eu precisava para sair e deixar minha marca no mundo. Para alcançar minhas metas. Para me esforçar para ser mais, fazer mais e ter mais.
E, no entanto, eu vejo agora como meu caminho está me levando para uma direção diferente. Um caminho que me obriga a deixar minha dependência dessa sua força motriz. Enquanto a ansiedade crônica e o esforço interminável para a perfeição me parece reconfortante e familiar, ficou claro para mim que o medo da minha vida sem você atrapalha minha capacidade de me tornar verdadeiramente a minha melhor versão de mim mesma.
É lógico que eu sei que, se eu deixar você ir, minha sabedoria natural assumirá o controle do progresso bem além da minha perspectiva preenchida pelo estresse. Eu li décadas de pesquisas mostrando que, embora nos sintamos mais energizados temporariamente, o estresse como combustível só contribui para nosso processo de deterioração, prejudicando nosso corpo e mente numa velocidade rápida e sugando a nossa capacidade de ser, de fato, extraordinária. Entretanto, pisar no abismo da felicidade ainda me parece incomum e eu tenho medo de não me tornar “nada”.
Então, de repente eu me lembro: não temos que dizer adeus. Eu não deixo você para trás. Estou convidando você para uma nova jornada comigo. Um caminho melhor e um passeio mais suave que nos leve para onde queremos ir, sem resistência. Aceitando que podemos coexistir e nos elevarmos, redefinindo o que significa enfrentar a vida juntos. Talvez, vendo um ao outro e o que realmente somos – eu, um trabalho em progresso e você, uma luz brilhando nos momentos mais difíceis para me mostrar onde a cura deve ocorrer – talvez então possamos evoluir e nos adaptar para nos tornarmos nosso melhor.
Para fazer isso, devemos criar um novo relacionamento. Vamos apreciar o passado e o que nos trouxe até aqui e, então consideraremos como trabalhar juntos, em harmonia, para alcançar nossos objetivos mais importantes de saúde, felicidade e amor. Avançando, eu escolho te ver como uma aventura, uma oportunidade e um experimento nesse presente extraordinário chamado vida. Tudo o que eu peço é que me permita cometer erros, que me deixe continuar sendo um “trabalho em andamento” e que libere o botão “soneca” do celular de vez em quando.
Heidi Hanna
Muito sensível e verdadeiro o depoimento da autora. Quem aí, assim como ela também se vê dependente do estresse e sente que precisa desse pico de ansiedade para cumprir todos os compromissos da agenda? Mais ainda: quem tem consciência dessa dependência, mas busca alternativas práticas para relaxar e cuidar do corpo e mente? Conte pra mim nos comentários seus truques e estratégias.
Lembre-se de dar um passo de cada vez e respirar fundo. Sua saúde (física e mental!) agradece!
Bjs,
Fabi Scaranzi