Mulheres inspiradoras no Prêmio Claudia!

Adorei ter sido convidada para entregar o prêmio anual da Revista Claudia a mulheres brilhantes do Brasil, cada uma em sua área, que não se inibem com crise econômica, obstáculos burocráticos, discriminação ou pouca fé no trabalho em que acreditam e vão à luta para defender. É de mulheres assim que o nosso Brasil precisa. É desse Brasil que temos orgulho.

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Este ano foram 7 premiadas. O mestre de cerimônia foi Du Moscóvis. Eu tive a honra de premiar a vencedora da categoria Revelação,  Raíssa Müller, uma estudante de 20 anos, que desenvolveu uma esponja capaz de limpar o óleo da água. “Há dois anos eu estava num laboratório de pesquisa e nunca acreditei que poderia ganhar este prêmio. Agradeço a todos os pais e professores que não limitam seus filhos e alunos”, disse ela ao receber o troféu.

Raíssa Muller

“Esse prêmio é o reconhecimento por todo o trabalho que tive e é por todas as pessoas que me ajudaram a vencer barreiras e a não desistir. Agora quero trabalhar mais e fazer mais projetos com a minha descoberta. Também tenho o sonho de ser neurocientista e trabalhar com crianças”, disse Raíssa.

Raissa

O troféu para a categoria Ciências, foi entregue pela psicóloga Monica Serra, presidente do Instituto Se Toque, voltado à prevenção do câncer de mama à agrônoma Mariangela Hungria. A pesquisadora desenvolveu uma técnica de fertilização que tornou o plantio da soja mais barato e sustentável, o que ajudou o Brasil a ser o segundo maior produtor de soja do mundo.

Mariângela Hungria
Na categoria Cultura, a vencedora foi a pesquisadora Renata Meirelles (de vestido floral, abaixo), que viaja o Brasil para registrar as diferentes brincadeiras das crianças do país. Ela fez questão de subir ao palco acompanhada pelas duas concorrentes , a cineasta Juliana Vicente (à esquerda) e a artista visual Berna Reale (de óculos).

Renata Meirelles
O presidente da Natura, Roberto Lima, entregou o prêmio para a vencedora da categoria Consultora Natura Inspiradora. A gaúcha Lisandra Mazutti Foresti é uma das fundadoras do Projeto Mão Amiga, que subsidia parte das mensalidades de creches particulares para meninos e meninas de até 6 anos, excluídos das escolas públicas por falta de vagas. Porque o jeitinho brasileiro pode ser usado não para levar vantagem mas para ser solidária e Lisandra achou um jeito de convencer gente boa a contribuir para tornar esse sonho real.

Lisandra Mazutti Foresti
Quem recebeu a estatueta da área de Negócios foi a paulistana Alcione Albanesi, fundadora da FLC, empresa hoje responsável por 35% das lâmpadas econômicas no Brasil. Visionária, a empresária investiu num mercado em crescimento e que ajuda na economia dos consumidores e do país numa das áreas críticas, em combate à crise energética.

Alcione Albanese
Representante da ONU Mulheres no Brasil, Adriana Carvalho (à esquerda, abaixo)) entregou o prêmio para a vencedora da categoria Políticas Públicas. A escolhida foi a auditora fiscal Marinalva Dantas, que deixou sua marca no combate ao trabalho escravo no Brasil. O grupo chefiado por ela libertou mais de 2,3 mil trabalhadores rurais pelo país. “Nós estamos completando 20 de trabalho. Choro por todos que ainda não conseguiram fugir nem ser localizados”, desabafou a vencedora.

Marinalva Dantas

Na categoria Trabalho Social  a vencedora foi Dagmar Garroux, pedagoga que abre portas para jovens em situação de risco social em uma das regiões mais perigosas de São Paulo. A Tia Dag criou no Capão Redondo a ONG Casa do Zezinho, onde ensina crianças em idade escolar, propõe atividades esportivas e artísticas e as tira da rua, para formar adolescentes conscientes e multiplicadores da ideia de que a boa educação transforma.

Dagmar Garroux
Às sete vencedoras do prêmio, os parabéns e o respeito de todas nós. Afinal são mulheres extraordinárias que, cada uma em sua área, têm ajudado a transformar o Brasil em um país melhor.

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Gente que trabalha sério, pensando não só em recompensas pessoais, mas numa sociedade melhor para todas nós. Que bom que tiveram seu esforço reconhecido. Eu ali, ficava arrepiada a cada história que ouvia. A gente cresce só de saber o que essas mulheres estão fazendo. Saí de lá com a certeza que tenho que fazer ainda mais pelo nosso país e principalmente pela nossa gente. Meninas, perto de vcs dá muito orgulho de ser mulher!

bj  pra vcs

Fabi Scaranzi

Marissa Mayer: “ousar” foi um conselho que ela guardou

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Dona do terceiro maior salário anual entre as executivas do mundo em 2014, 59,1 milhões de dólares, Marissa Mayer, aos 39 anos, CEO do Yahoo.com, com certeza tem muito a ensinar a todas nós. E a primeira lição que ousa compartilhar é dividir um conselho dado por um colega de área, igualmente vencedor na promissora carreira de marketing digital e redes sociais…

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Você pode pensar que o conselho que um titã do mundo coorporativo dá a outra executiva super-bem sucedida , bem às vésperas de ela se tornar uma CEO… é algo que não vai lhe interessar e você pode ignorar, com certeza. No entanto, a última coisa que o fundador do Google, Sergey Brin, disse Marissa Mayer, pouco antes dela assumir o trono de presidente-executiva do Yahoo é algo que foi fundamental no seu caminho de sucesso e todas nós deveríamos ouvir. Especialmente as mulheres.

2015 Fortune The Most Powerful Women Evening With... NYC Event

Em uma entrevista, à revista Fortune, Mayer contou sobre a orientação valorosa que Brin lhe deu, minutos antes de o Yahoo anunciar sua nomeação em 2012. Ela disse que Brin já tinha lhe dado todos os tipos de conselhos menores (que, mais tarde, ela acabou seguindo um a um- como por exemplo -mudar, de cara, o logotipo Yahoo, uma das primeiras coisas que ela fez como CEO), mas que o que mais a impressionou e marcou mesmo sua trajetória ficou para o fim da conversa entre os dois.

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Ela estava saindo do escritório dele e já fechando a porta, quando Brin chamou-a de volta, e disse: “Marissa, espere! Só mais uma coisa: Não se esqueça de ser ousada”. E ela guardou isso como um verdadeiro talismã. É isso aí. Esse é o conselho que as mulheres (todas nós) precisam ouvir. Porque muitas de nós podemos ter problemas de confiança.

Há sempre um novo estudo que oferece mais evidências do problema. A última pesquisa anunciada pela Universidade da Pensilvânia, revelou que estudantes universitárias do sexo feminino são menos confiantes sobre suas perspectivas de emprego e salário do que os homens. Cicatrizes de tempos já passados? Não é um absurdo?
É o mais recente dos tijolos de uma parede dura de evidência que mostra as mulheres inseguras, inclusive no seu ambiente de trabalho, por não acreditarem ter um futuro de carreira promissor.

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A chefe do setor de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, falou sobre o assunto em seu recente livro “Lean In” (Curve-se) altamente divulgado e discutido sobre a mulher ter que adaptar-se a um mundo coorporativo de regras masculinas. Em um novo livro, detalha uma série de exemplos deprimentes da propensão das mulheres a se resignar a posições insignificantes.

foto autoras
Em um artigo crítico, as autoras Katty Kay e Claire Shipman (“The Confidence Code”) contam a história de uma amiga que supervisiona dois subordinados diretos de um diretor de multinacional: Rebecca e Robert. Rebecca é sempre muito reservada em seu trabalho. Diligentemente cumpre suas funções. Quando ela precisa falar com o chefe, ela marca um horário da agenda dele. Ela não fala nada em reuniões com clientes. Quando ela recebe uma crítica direta, às vezes ela chora. Enquanto isso, Robert (mesmo nível hierárquico) entra no escritório do chefe, sem bater na porta, constantemente com novas idéias. Muitas delas, nada criativas, mas ele não parece se importar e arrisca sempre.
Kay e Shipman escreveram: Nossa amiga supervisora relatou que Rebecca tinha idéias valorosas, mas as guardava para si. Ela tinha a sensação de que se Robert acertasse uma sugestão qualquer, subiria de cargo, sem dificuldades. Era apenas uma questão de tempo. Enquanto Rebecca seria deixada para trás, contando com o respeito de seus colegas, mas nunca um salário mais elevado, por maior que fosse sua contribuição. Mais responsabilidades, ou um título mais importante era o máximo que iria alcançar. Claro que, como observam os autoras, as mulheres estão muitas vezes em uma sinuca de bico quando se trata de ousadia. As mulheres que se mostram mandonas e decisivas no trabalho, muitas vezes rotuladas de “oferecidas”. Mas as coisas estão mudando… Graças a pessoas como as próprias Sheryl Sandberg e Marissa Mayer.

Então faça do conselho recebido por Mayer, um mantra para a sua vida: – Não se esqueça de ser ousada! De confiar em você mesma e não seguir regras machistas que vão ser obstáculos no seu caminho de sucesso. Boa sorte!

bj pra vcs
Fabi Scaranzi

Fonte: Huffington Post  Fotos: Google FreeShare