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A ciência explica o pensamento obsessivo como a repetição do mesmo pensamento várias e várias vezes, “martelando” ideias muitas vezes negativas sobre determinado assunto.
Pensar sobre uma oportunidade perdida, um relacionamento que não deu certo ou uma falha no trabalho pode até ser positivo, afinal, a reflexão e auto avaliação nos permite descobrir onde foi que erramos e como podemos criar diferentes soluções para não repetirmos a mesma falha no futuro. Entretanto, como tudo na vida, o excesso e a frequência desse pensamento pode gerar consequências alarmantes, como a ansiedade, a síndrome do pânico, depressão e até alcoolismo.
Estudos recentes apresentados pela Associação de Ansiedade e Depressão da América mostrou, inclusive, que pessoas que mantém um pensamento obsessivo têm maiores probabilidades de desenvolverem depressão em comparação com aquelas que, depois de alguns dias, superam a lembrança negativa.
E acredite: o ciclo é vicioso! O estudo mostrou também que pessoas que apresentavam níveis altos de estresse, depressão e ansiedade, passam a desenvolver pensamentos obsessivos, especialmente os idosos.
Se depois de ler o comecinho dessa matéria, você se lembrou de um pensamento ou outro que tirou seu sono e agora acha que faz parte do grupo de pessoas que sofre com a doença, pode relaxar. A medicina garante que é normal uma vez ou outra nos sentirmos “obcecados” com alguma ideia ou pensamento. A diferença entre uma quantidade saudável de pensamentos sobre um mesmo assunto e o pensamento obsessivo está, justamente, no resultado final.
Quer um exemplo? Não é visto com um pensamento obsessivo pensar várias e várias vezes sobre um problema em que você ainda não encontrou a melhor solução. O pensamento obsessivo, nesse caso, se dá quando o problema em questão foge do seu controle ou não tem como ser resolvido e, mesmo assim, você não para de pensar nele.
Quem sofre de depressão e ansiedade, além de manter pensamentos obsessivos, normalmente apresenta uma predisposição para o que é chamado de “pensamentos catastróficos”. Esse tipo de pensamento normalmente começa de maneira bastante benigna, como “Este transito provavelmente vai me atrasar para o trabalho”. Em seguida, passa para a auto depreciação: “Sou uma funcionária horrorosa que não consegue nem chegar no horário”. E, por fim, “Eu definitivamente vou ser demitida”.
E não para por aí! Mesmo depois da situação se normalizar, é comum a pessoa passar a semana preocupada, suando frio e sem dormir por conta desse pequeno deslize que ninguém (além dela!) se lembra mais.
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Identificando um pensamento obsessivo
Sabia que existem alguns indicativos que facilitam o diagnóstico do pensamento compulsivo?
Fazer piadas sobre algo que aconteceu no passado, por exemplo, mostra que você ainda está ruminando a situação. Procurar diferentes formas criativas para discutir sobre aquilo que você não consegue parar de pensar, desde tirar sarro do ocorrido, até fazer perguntas retóricas a outras pessoas a fim de descobrir se elas já tiveram pensamentos parecidos, são maneiras diferentes de tratar um pensamento obsessivo, inclusive com a intensão de aliviar a tensão, dividir com o outro seu “problema” e não ficar preso dentro dos próprios pensamentos.
Como evitar o pensamento obsessivo
O grande problema com os pensamentos obsessivos é que eles raramente oferecem novos insights ou soluções para lidar com a situação em questão. Ao contrário, eles nos tornam reféns dos nossos próprios sentimentos e pensamentos.
A boa notícia é que mesmo que você se veja presa nesse ciclo vicioso, você não está condenada a passar por isso para sempre. Existem, sim, várias maneiras de prevenir ou até mesmo superar esse tipo de pensamento.
Primeiro, procure manter o foco e concentração no aqui e agora. O hábito ajuda a manter nossa mente presente e livre de preocupações repetitivas. Exercícios de yoga e meditação regular, praticadas em casa mesmo, podem ajudar a melhorar essa habilidade.
Em seguida, analise seus padrões de pensamento. Eles estão baseados em fatos reais ou são distorções cognitivas? Você está ruminando algo que está fora do seu controle? Se esse for o caso, considere se o pensamento pode ajudar outras pessoas ou se serve apenas para tirar o seu sono.
Por fim, tente agendar sua ansiedade. É isso mesmo! Dê a si mesma alguns minutos para se preocupar e pensar naquilo que tanto tem te incomodado. Quando o tempo acabar, é hora de seguir em frente.
E não se esqueça, se você sentir que esses pensamentos obsessivos estão afetando a sua capacidade de trabalhar ou interagir socialmente, estão prejudicando a sua qualidade de vida ou até causando sinais típicos de depressão, estresse, ansiedade e síndrome do pânico, peça ajuda a um especialista. Você deve isso a si mesma e merece ser feliz sem culpa!
Agora eu quero saber de você: você sente que sofre de pensamento obsessivo? De que forma esse pensamento interefe na sua qualidade de vida? Conte pra mim nos comentários.
Bjs,
Fabi Scaranzi