Já percebeu quantas vezes durante essa semana você recorreu ao seu celular para resolver um probleminha ao invés de tentar encontrar a solução sozinha? Lógico que existem assuntos que Google nenhum pode resolver por você, mas muitas vezes contamos com a internet para conseguirmos uma resposta imediata, diminuindo nossa necessidade de pensar de forma analítica ou lógica sobre os problemas que enfrentamos diariamente.
Celular: mocinho ou vilão?
Recentemente, pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, decidiram investigar como os smartphones têm tornado as pessoas em “pensadores preguiçosos” e as pesquisas simplesmente indicaram que as pessoas são “pensadoras intuitivas”, ou seja, agem por instinto ao invés de analisar um problema e por isso tendem a confiar em seus telefones quando bate alguma dúvida.
A pesquisa mostrou ainda que pessoas altamente inteligentes tendem a analisar e resolver seus problemas de forma lógica, enquanto a maioria de nós procura informações diretamente em smartphones, a fim não só de resolver o problema de forma imediata, mas também de poupar esforços ao procurar por conta própria opções para solucionar os mais diferentes tipos de problemas.
A importância do pensamento
Em 2009, Clifford Nass, um pesquisador de Stanford, descobriu que pessoas acostumadas a fazer mil coisas ao mesmo tempo – enviar e-mails, navegar na web, assistir tv – tinham uma capacidade menor de se concentrar em uma única tarefa e, consequentemente, não conseguiam concluir com sucesso as diferentes atividades que haviam iniciado. Mesmo após a sua morte, novas pesquisas sobre o assunto foram realizadas e hoje percebeu-se que é só quando estamos atentos, quando podemos nos concentrar em um argumento, que entramos em contato com as formas mais profundas de pensamento, crítico e conceitual; o que dificilmente aconteceria se estivéssemos distraídos. O problema é que é exatamente esse tipo de raciocínio que precisamos na hora de fecharmos um contrato, de apresentarmos um projeto ou de gerenciarmos uma crise no ambiente de trabalho ou familiar.
Existe o lado bom!
Não, você não precisa olhar seu celular com maus olhos a partir de agora, nem se policiar cada vez que se sentir tentada a abrir o Safari e iniciar uma nova busca. Nos dias de hoje, em que somos obrigadas a conviver com uma agenda cada vez mais cheias de compromissos, o telefone nos ajuda a sermos mulheres “multitarefas” e amplia a quantidade de conhecimento disponível momentaneamente. Já imaginou o tempo que você perderia se ainda precisasse recorrer a uma biblioteca sempre que precisasse lembrar de um dado que leu no jornal há algumas semanas atrás?
O importante é não deixar nossos tablets e smartphones comprometerem nosso armazenamento de memória a longo prazo e, principalmente, nossa capacidade de reter informações, já que, com a facilidade de acessar a internet a qualquer hora e lugar, toda e qualquer informação parece ser facilmente descartada!
Bjs,
Fabi Scaranzi
*Imagens: Shutterstock