Herpes: saiba como blindar seu corpo contra o vírus

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Não é a primeira vez que você passa alguns dias na praia e além de ganhar um bronzeado lindo, você volta pra casa com alguma feridinha próximo aos lábios? O nome disso é herpes labial! Elas aparecem principalmente porque, ao tomarmos muito sol, nossas células de defesa se enfraquecem, diminuindo nossa imunidade e aumentando a incidência da herpes. E a doença é mais comum do que a gente pensa. Segundo a Associação Brasileira de Dermatologia, cerca de 90% dos brasileiros possui algum tipo de herpes, porém, mesmo carregando o vírus, apenas 10% das pessoas sofrem com a manifestação das feridas. Segundo a dermatologista do Hospital Albert Einstein, Selma Cernea, a primeira infecção surge logo na infância e geralmente não apresenta sintomas, mas, em alguns casos pode ser acompanhada de sintomas gripais.

A doença
O vírus da herpes fica alojado em nosso sistema nervoso e, quando escapa, dá origem aos machucados. As feridinhas então, aparecem agrupadas em forma de pequenas bolhas. Assim que elas estouram, formam um machucado que vai secando e desaparecendo com o tempo. A má notícia é que, depois que aparecem uma primeira vez, elas tendem a se manifestar de tempos em tempos, principalmente durante um período de baixa imunidade do organismo.

Tratamento
Infelizmente, a doença não tem cura e ainda é altamente contagiosa, por isso procure adiar aquele encontro se você ou ele apresentarem as tais feridinhas. Apesar de não ser possível combater a herpes labial, alguns medicamentos antivirais de uso sistêmico podem ser prescritos por um médico para diminuir o tempo de tratamento da lesão.

Prevenção
De acordo com a dermatologista, a prevenção deve ser feita, principalmente pela proteção solar adequada, usando muito filtro solar e protegendo em especial a área do rosto. “A exposição à radiação UV pode levar a imunodepressão e ao aparecimento de lesões de herpes”, explica. Durante a manifestação da doença, é bom ficar longe de alimentos ricos em arginina, como a castanha de caju, nozes, amendoim, chocolate… Em excesso, esse aminoácido estimula a proliferação do vírus.

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Complicações
Em pacientes portadores de alguns tipos de eczema, pode haver a disseminação de lesões. “Nos imunodeprimidos, a herpes pode ser persistente e levar várias semanas para cicatrização, além da infecção bacteriana secundária”, ressalta Selma. A infecção herpética também pode surgir em outros locais da face, tronco, nádegas, mãos e até na região genital. Nesta última, ela se torna um verdadeiro problema quando ocorre durante a gestação, já que o risco de contaminação do bebê pelo canal de parto pode levar à indicação de cesariana.

Na cozinha
Alguns alimentos, como a carne, ovos, quinoa, leites e derivados ajudam a diminuir a multiplicação do vírus, já que são ricos em um aminoácido chamado lisina, por isso devem ser consumidos frequentemente. O peixe também deve estar sempre presente no cardápio. Rico em ômega 3, ele é uma arma poderosa para blindar o sistema imunológico e deixar o vírus da herpes bem longe de você!

Bjs,
Fabi Scaranzi

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Endometriose: o que é preciso saber sobre ela

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Você talvez não conheça, mas já deve ter pelo menos ouvido falar em Endometriose. É uma doença muito mais comum do que se imagina e afeta hoje mais seis milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e 30% tem chances de ficarem estéreis. Portanto merece nossa atenção e cuidado.

Conhecendo melhor o seu corpo e a doença
Todos os meses, o endométrio fica mais espesso para que um óvulo fecundado possa se implantar nele. Quando não há gravidez, esse endométrio, que aumentou, descama e é expelido na menstruação. Em alguns casos, um pouco desse sangue migra no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando a lesão endometriótica. As causas desse comportamento ainda são desconhecidas, mas sabe-se que há um risco maior de desenvolver endometriose, se a mãe ou irmã da paciente sofrem com a doença.

É importante saber que a doença acomete mulheres a partir da primeira menstruação e pode se estender até a última. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente está na faixa dos 30 anos.

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Segundo a Dra. Rosa Maria Neme, ginecologista com doutorado pela USP, idealizadora e coordenadora médica do Centro de Endometriose São Paulo, a Endometriose “é quando o tecido que normalmente se localiza dentro do útero, o endométrio, aparece em outros locais fora do útero, como ovários, pertinho (tecido que envolve os órgãos dentro da barriga), intestino, bexiga e outros.”

Sintomas e diagnóstico
Os principais sintomas são cólicas menstruais intensas (independente da intensidade da dor), dor no fundo da vagina durante a relação sexual, infertilidade (em 30 a 40% das mulheres), sintomas intestinais na menstruação (como intestino soltou ou preso, cólicas intestinais na época da menstruação), sintomas urinários na época da menstruação (como sangramento urinário, dor para urinar na época da menstruação) e dor fora do período menstrual.

A endometriose é uma doença silenciosa até que esses sintomas comecem a incomodar. Dra Rosa explica que “a suspeita é realizada inicialmente pela queixa clínica e pelo exame ginecológico, onde frequentemente são palpados pelo ginecologista, nódulos ou cistos. À partir desta suspeitas, exames como o ultra-som transvaginal, com preparo intestinal, ou a ressonância magnética conseguem verificar a existência da doença e quantificar seu tamanho.

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Tratamento
Em alguns casos, a cirurgia é o caminho mais eficaz. Ela somente é indicada para mulheres com queixa de dor, ou infertilidade, que não melhoram com o tratamento medicamentoso hormonal. O tratamento, em casos leves, pode ser realizado com contraceptivos hormonais orais ou na forma de dispositivo intra-uterino liberador de progesterona, ou ainda implantes subdérmicos.

Até hoje não se sabe, ao certo, as causas da doença, mas alguns fatores coincidentes em pesquisas apontam para o componente genético (é muito comum famílias de mulheres que tem endometriose), além de um fator ligado à imunidade da mulher, onde os mecanismos de defesa do corpo não são capazes de barrar o desenvolvimento da doença, ou seja o crescimento desse tecido em órgão onde não deveria estar presente.

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Como se prevenir
Quando se pensa em prevenção, o uso de contraceptivos hormonais pode retardar a presença da doença mas, além disso, a Dra. Rosa recomenda a atividade física constante. “Práticas para aumentar a imunidade, como exercícios, por exemplo, tendem a ajudar na contenção da doença”, garante a ginecologista.

Quanto mais cedo diagnosticada a doença, melhores as chances de manter a endometriose sob controle, através de tratamento. Cada caso é um caso, mas a gravidade aumenta se não há a procura de um profissional de saúde. A doença em si, não causa mortes, mas suas repercussões podem ser graves quando não tratadas. A doença intestinal, por exemplo, pode chegar a obstruir ou perfurar o intestino e isso pode ter péssimas conseqüências.

Uma vez que a cirurgia é tida como inevitável, não se deve temer grandes riscos, mas às vezes envolverá médico especialista das áreas afetadas. “Tudo dependerá da quantidade de doença e obviamente da habilidade e experiência do cirurgião. Casos graves, envolvendo intestino e bexiga, por exemplo, devem ser operados por médicos bastante experientes na abordagem deste tipo de caso”, explica a doutora.

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Mitos e verdades sobre a Endometriose…
Há vários mitos sobre endometriose. Um dos mais recorrentes é o de que toda mulher que tem endometriose precisa engravidar para curar a doença. Em primeiro lugar é preciso deixar claro que a endometriose não tem cura. E a gravidez não resolve a doença. Durante a gravidez, a mulher fica apenas exposta a um nível maior de um hormônio que é a progesterona, que justamente controla o “crescimento” da endometriose. Portanto, durante a gravidez, a mulher fica com a doença sob controle, mas os focos nem diminuem ou desaparecem. Trata-se portanto de uma doença crônica que precisa ser monitorada e contida. Os desconfortos podem ser neutralizados pela medicação e a mulher levará uma vida normal, mantendo a doença sob controle. Se você tem e quer saber mais a respeito, consulte este GUIA completo.

A retirada do útero, apesar de eliminar a menstruação, não resolve a endometriose, ao contrário do que se pensa. As lesões continuam ou podem reaparecer mesmo sem a presença do útero. Os ovários continuam a produzir o estrogênio, hormônio que estimula a proliferação do tecido endometrial. Após a menopausa os ovários já não produzem mais o estrogênio, com isso o endométrio ectópico (endometriose) não é mais estimulado e tende a não proliferar. A menstruação também desaparece após a menopausa. Por isso, os sintomas da doença podem diminuir ou desaparecer. Em muito casos, após a menopausa, não há mais necessidade de tratamento.

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Bom, agora que você já conhece melhor a doença, como se manifesta e seus sintomas, lembre-se que a visita freqüente ao ginecologista e exames de praxe devem ser feitos todos os anos para tratar logo no início essa e outras doenças ligadas aos nossos órgãos reprodutores. Cuide-se bem e nunca considere normal ter cólicas ou desconfortos. Saúde. Para todas nós.

bj pra vcs,
Fabi Scaranzi

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Sintomas incomuns da Diabetes pra você ficar de olho

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(Imagem: Shutterstock)

Você já deve ter ouvido falar de Diabetes! Diferente do que muita gente pensa, a doença, caracterizada pelo aumento de açúcar no sangue, não é provocada pelo exagero no consumo de doces, mas sim pelo aumento de peso provocado por hábitos alimentares ruins, associado à falta de atividade física. “O excesso de calorias ingeridas, que não é utilizado para o gasto energético, se acumula na forma de gordura, levando ao aumento do risco do desenvolvimento do Diabetes”, explicam especialistas do Hospital Albert Einstein.

Curiosa pra saber quais sintomas essa doença apresenta e por que muitos deles passam despercebidos? Dá uma olhada nessa lista. Alguns deles são bem incomuns!

1. Vontade constante de fazer xixi
Se você vai várias vezes no banheiro durante o dia, atenção: seu nível de glicose provavelmente está lá em cima. E o motivo é simples: quando nosso açúcar no sangue atinge níveis muito altos, nossos rins tentam eliminar a substância pela urina. O resultado? Muita vontade de fazer xixi, inclusive no meio da noite.

2. Sede constante
Outro sintoma da Diabetes que merece atenção e que está diretamente ligado ao sintoma acima é a vontade constante de beber água, afinal, quanto mais xixi, maior o risco de desidratação. Se você tem ingerido muito mais líquido que o normal nos últimos meses, melhor checar se seu nível de açúcar no sangue não está alterado.

3. Cansaço além do normal
Sabia que o cansaço exagerado também é um sintoma entre os diabéticos? Mesmo depois de boas horas de sono, o desequilíbrio entre o excesso de açúcar no sangue e a falta de glicose dentro das células afeta nossa disposição e nos priva de terminar até mesmo tarefas do dia-a-dia.

4. Visão turva
Sente que a visão fica turva e embaçada ao longo do dia? Tome cuidado! Segundo especialistas, quando os níveis de glicose no sangue sobrem, a mácula (área da retina responsável pela precisão da visão) se incha e torna mais difícil focar em pontos específicos.

5. Sangramento incomum na gengiva
Para quem sofre de Diabetes, o sangramento na gengiva é um problema constante, e não é à toa. O sangue doce aumenta a proliferação de bactérias no organismo, principalmente na mucosa da boca. Ali, elas se proliferam e deixam a gengiva não só mais suscetível a sangramentos, como também mais sensível e inchada.

6. Hematomas na pele
Tem notado a presença de manchas roxas, avermelhadas ou marrons pelo corpo e não lembra de ter dado nenhuma topada que possa justifica-las? Na Diabetes, muita glicose circulante acaba comprometendo a saúde dos vasos sanguíneos, por isso vale a pena passar por uma bateria de exames para checar se esse não é um dos sintomas da doença dando as caras.

Sintomas anotados? Se você não segue uma alimentação balanceada, é sedentária e, de quebra, tem histórico familiar de Diabetes, o cuidado com a quantidade de calorias ingeridas diariamente deve ser redobrado. “Diabéticos podem ingerir doces de forma equilibrada, em pequena quantidade, desde que reduzam o total de carboidratos durante o dia. Devem também aumentar a prática de atividade física para ‘queimar’ o excesso ingerido ou aumentar a dose de insulina antes das refeições”, indica o centro de endocrinologia do Hospital Albert Einstein.

Bjs,
Fabi Scaranzi

Reconheça sintomas inusitados do stress e suas formas de tratamento

A notícia de que a atriz Demi Moore chegou a perder os dois dentes da frente por conta de crises de stress deixou muita gente surpresa! Será que esses picos de nervosismo e ansiedade são capazes de interferir tanto assim na nossa saúde? Segundo dentistas, o estresse acumulado é um dos fatores que podem levar à queda dentária em adultos, ainda mais se as crises estiverem associadas a doenças como periodontite e gengivite.

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(Imagem: Divulgação)

Esse sintoma nada comum do stress me deixou intrigada. Afinal, que outras consequências a ansiedade em nível máximo pode causar? Segundo o neurologista Paulo Alves Junqueira, a lista de sintomas é enorme, afetando não apenas nosso físico, mas o psicológico também. Dá uma olhada.

Sintomas psicológicos:
– Preocupação que não são proporcionais ao impacto do evento
– Incapacidade de relaxar, inquietação e sensação de nó na garganta
– Dificuldade em se concentrar, ou a sensação de que sua mente “dá um branco”
– Preocupação excessiva
– Tensão na hora de tomar decisões por medo de errar
Dificuldade em lidar com incerteza ou indecisão
– Irritabilidade

Sintomas físicos:
– Cansaço excessivo
Tensão muscular ou dores musculares
– Tremor
– Problemas para dormir
– Suor excessivo
– Náuseas, diarreia ou síndrome do intestino irritável
Dores de cabeça
Queda de cabelo em grande quantidade
– Erupções na pele
– Enfraquecimento dos dentes
– Aparecimento de manchas e hematomas
– Menstruação desregulada

Dá pra acreditar? É claro que todos nós temos momentos de stress do dia-a-dia, seja por problemas no trabalho, crise na relação, doença na família. Paulo Junqueira explica, entretanto, que esse pico de ansiedade merece atenção quando nossas preocupações causam grande sofrimento nas áreas sociais, ocupacionais ou profissionais da sua nossa vida. “Se o seu stress passar a interferir no seu trabalho, relacionamentos e se você notar que se sente deprimida e passa a ter problemas mais graves como consequência dessa ansiedade (como o abuso de bebidas alcoólicas, por exemplo), é imprescindível procurar ajuda médica”, diz.

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(Imagem: Thinkstock)

Quando procurar um médico
O stress tem lá suas vantagens. É ele que nos faz ficar mais ligadas ao que nos cerca e aumenta nossa capacidade de foco, concentração e até reação.  Os transtornos de stress e ansiedade, entretanto, diferem dos sentimentos normais de nervosismo e envolvem medo ou ansiedade excessivas, aí vale a pena procurar um especialista a fim de diagnosticar qual o melhor tratamento pra você, seja apenas com acompanhamento psicológico ou até mesmo com a ajuda de remédios como calmantes e anti-depressivos.

Diagnóstico e tratamento
O primeiro passo é ver seu médico para garantir que nenhum problema físico esteja causando os sintomas citados no começo dessa matéria. Se eles forem resultados de uma crise de stress, um profissional de saúde mental é o mais indicado para trabalhar com você no melhor tratamento. “Infelizmente, muitas pessoas com transtornos de ansiedade não buscam ajuda. Elas não percebem que têm uma doença que possui tratamentos efetivos. Embora cada transtorno de ansiedade tenha características únicas, a maioria responde bem a dois tipos de tratamento: psicoterapia e medicamentos”, explica o dr. Paulo Junqueira.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC), também pode ajudar até as mais estressadas a aprender uma maneira diferente de pensar, reagir e se comportar para se sentir menos ansiosa. “Os medicamentos não curarão transtornos de ansiedade, mas podem dar alívio significativo dos sintomas”, complementa o especialista.

E que tal incluir na sua rotina exercícios regulares de meditação? Eu melhorei muito desde que comecei a fazer meditação. Faço todos os dias pela manhã, antes de pegar no celular pra checar emails, redes sociais….Dr. Paulo Junqueira garante que técnicas de respiração se mostram eficazes no tratamento de stress e são geralmente recomendados. “Grupos de apoio também são muito positivos, já que oferecem uma oportunidade para compartilhar experiências e estratégias de enfrentamento. Aprender mais sobre os gatilhos do seu stress e ansiedade e ajudar a família e amigos a entender melhor como essa doença funciona pode ser útil na melhora da qualidade de vida não apenas sua, mas daqueles que a cercam”, explica.

Ah, e evite a cafeína! Ela pode piorar os sintomas, assim como o uso de outros medicamentos controlados que devem ser analisados se começarem a apresentar como efeito colateral qualquer um daqueles sintomas listados anteriormente.

Vamos tentar desacelerar um pouco?

Bjs,
Fabi Scaranzi

9 fatos que toda mulher precisa saber sobre o mal de Alzheimer

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Como somos jovens, é fácil não dar importância à doença de Alzheimer, afinal, ela só afeta pessoas acima dos 60 anos. Parece que ainda há um looongo caminho até que perda de memória e demência possam se tornar ameaças reais. Felizmente, isso é verdade! Mas as chances de que o mal de Alzheimer vá afetar alguém próximo a você são enormes e mesmo que ele não seja um perigo à sua saúde agora, é sempre bom educar-se sobre a doença.

Você sabia que o Alzheimer, apesar de não ser hereditário, já afeta 35 milhões de pessoas no mundo todo? E mais: esse número pode chegar a 70 milhões em 20 anos se nenhuma descoberta sobre como prevenir ou tratar a doença for feita! Mais assustador que esses dados, é o fato de que a maioria das pessoas que sofrem de Alzheimer lutam constantemente para pagar os medicamentos e cuidados que precisam para levarem uma vida saudável e normal.

Por isso, não importa se a doença não interfere a sua vida diretamente, é sempre bom saber como lidar com os sintomas desse mal e principalmente, aprender como ajudar quem, infelizmente, faz parte dessas estatísticas. Aqui nove fatos sobre a doença de Alzheimer que você não pode deixar de saber:

1. Mulheres são mais diagnosticadas com Alzheimer do que os homens
Como se nós já não tivéssemos problemas de saúde o suficiente para resolver (alô, cólicas!), uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Alzheimer revelou que três em casa cinco pacientes que vivem com a doença são mulheres. Entretanto, o neurologista do Hospital Albert Einstein, dr. Ivan Okamoto explica que a doença pode ser bem democrática uma vez que se deve levar em consideração o fato das mulheres viverem mais tempo que os homens. “Proporcionalmente, a doença é mais presente em mulheres, principalmente a partir dos 60 anos. E o número de casos pode vir a dobrar conforme a idade vai avançando”, explica.

A Universidade de Stanford provou através de um estudo que mulheres que carregam o gene ApoE-4, são duas vezes mais propensas a sofrer com o mal de Alzheimer que os homens que possuem o mesmo gene. As razões para este fato, entretanto, continuam desconhecidas.

2. Os sintomas da doença são claros de se identificar
Nada de achar que esquecer a chave de casa ou não saber onde deixou seu celular são sintomas da doença. Diferente do que muita gente pensa, nem todo problema de memória tem a ver com Alzheimer. Esquecer uma coisa ou outra é normal e quase sempre é consequência do stress e da rotina corrida. Dr. Ivan explica que os sintomas do Alzheimer se caracterizam pela perda de memória constante, aquela que atrapalha no andamento do dia-a-dia. “Para donas de casa, por exemplo, elas esquecem como fazer uma receita corriqueira, ou fazem de forma mais lenta atividades que já estavam habituadas. Mulheres que trabalham fora tendem a apresentar problemas de administração de compromissos, além de esquecerem senhas de banco, logins de acesso de contas, o que causa transtornos na execução de atividades mais simples”.

3. O diagnóstico pode levar dias
Não basta apresentar problemas de memória para ser diagnosticada com Alzheimer. O neurologista Ivan Okamoto explica que o diagnóstico é feito através de testes de memórias que pontuam e comparam os resultados com a população da mesma idade e escolaridade. “Através de exames, testes e conversas descobrimos há quanto tempo o paciente tem sofrido de perda de memória, como isso tem impactado seu dia-a-dia e até mesmo se esses lapsos de memória não estão ligados a medicamentos ou doenças como depressão”. Tumores, hemorragias… tudo pode ser motivo para que a memória sofra perdas, portanto, quanto mais testes e exames forem feitos para identificar as causas, melhor.

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4. Não existe um tratamento definitivo para o Alzheimer
Infelizmente, ainda não existe um tratamento ou medicamento que cure a doença. Dr. Ivan ressalta que, atualmente, existem medicações que diminuem a velocidade da perda de memória e até estabilizam o processo do Alzheimer, mas que não prometem recuperar aquilo que foi esquecido. Ele lembra ainda que não há cirurgias, nem nenhuma evidência de medicação milagrosa. “Os tratamentos são diferentes para cada pessoa pois a intenção é sempre suprir as substâncias que faltam no organismo de cada paciente”.

5. A doença possui diferentes estágios
O mal de Alzheimer pode ser visto em três diferentes fases: leve, moderada e avançada.

Leve: esquecimentos quase normais do dia-a-dia, mas que interferem na rotina, como senha de banco, chave do carro e celular.
Moderada: necessidade de supervisão. A pessoa consegue gerenciar seus compromissos, mas precisa de alguém que a acompanhe, como na hora de cozinhar ou tirar dinheiro no caixa eletrônico.
Avançada: estado total dependência, seja para comer, tomar banho ou sair de casa. Dentro desse estágio, encontra-se também a fase terminal. Nela, a pessoa fica na cama, sem capacidade de mobilidade e interação. Ela perde sua capacidade de memória e de linha de pensamento contínua, apresenta alterações de humor, não consegue mais falar, andar, engolir e, na maioria dos casos, morre por causa de complicações causadas pela doença.

6. Bebidas alcoólicas podem confundir o diagnóstico de Alzheimer, principalmente nas mulheres
Se você tem um membro da família que está sendo diagnosticado com Alzheimer, certifique-se de que o verdadeiro problema não é o consumo exagerado de bebidas alcoólicas. Mesmo pesquisas apontando que uma quantidade moderada de álcool pode ajudar a prevenir a doença, se consumido em excesso, podem levar a outro mal, chamado Síndrome de Korsakoff, que tem como principal característica, a demência. Você pode não notar, mas pessoas mais velhas tendem a consumir uma quantidade maior de álcool, especialmente as mulheres. Aliás, 22% das mulheres entre 65 e 74 anos bebem mais do que a dose semanal de álcool indicada pelos especialistas.

7. Mudanças na rotina ajudam a prevenir ou retardar o aparecimento da doença
De acordo com o dr. Ivan Okamoto, países como Suécia e Islândia passaram a adotar cinco mudanças significativas na rotina e um estudo feito em 2015 provou que em dois anos, pessoas que cumpriram cinco etapas de adaptação, apresentaram menores problemas de memória e concentração. São elas:

1. Atividade física aeróbica três vezes por semana.
2. Atividades intelectuais, como palavras cruzadas, xadrez, cursos de língua e computação.
3. Alimentação balanceada, contendo proteínas, carboidratos, vitaminas e alimentos ricos principalmente em ômega 3, como peixes e castanhas. Além de verduras, vinho e mirtilo, que contém antioxidantes poderosos contra a deterioração do cérebro.
4. Prevenção de fatores de risco, como diabetes e pressão alta.
5. Manutenção das relações sociais e familiares, estando sempre rodeada de familiares e amigos, seja em clubes, festas de aniversário ou almoços de domingo.

8. Pesquisas tem avançado em busca na cura deste mal
No final de 2015, Hillary Clinton anunciou que está lutando para que a cura do Alzheimer chegue, em definitivo, até 2025. Ela compartilhou um plano de dez anos e garantiu doar US$ 2 bilhões por ano para pesquisa, afirmando ainda que esses investimentos vão ajudar as famílias americanas a cuidar de parentes que sofram com a doença. Na mesma época, o Congresso americano aprovou uma lei que iria aumentar o financiamento da investigação, para US$ 350 milhões em 2016, elevando o total para US $ 1 bilhão.

Enquanto isso, mais de 40 novas substâncias vêm sendo estudadas para combater a doença. Se aprovadas pelo comitê de ética e liberadas para pesquisa, tudo indica é que, num futuro próximo, haverá um coquetel feito especialmente para parar o processo do Alzheimer.

9. Mulheres são mais propensas a cuidarem de parentes que sofrem de Alzheimer
O número de mulheres que tomam a frente e se responsabilizam pelos cuidados de parentes com Alzheimer é duas vezes maior do que os homens. Pesquisas mostraram que 20% das mulheres que cuidam de alguém com Alzheimer teve que desistir do trabalho integral em empresas pelo parcial, a fim de dividir o dia entre a carreira profissional e o acompanhamento de entes que sofrem com a doença. Enquanto isso, apenas 3% dos homens fizeram o mesmo.

Vale lembrar que cuidar de alguém com Alzheimer não exige só tempo, mas também muito amor, dedicação e paciência. Entenda: se a pessoa não quer tomar banho, por exemplo, não é por birra. Essa atitude é a doença fazendo a pessoa perder sua capacidade de julgamento e desorientando seu comportamento. Portanto, antes de se comprometer, tente entender a fundo como o Mal de Alzheimer funciona. Informe-se sobre a doença e avalie se você está pronta para encarar esse desafio, que barreiras terá que quebrar e não tenha vergonha jamais de pedir ajuda.

Nos cinemas
A atriz Julianne Moore ganhou o Oscar de melhor atriz em 2015 pelo filme Para Sempre Alice. Julianne interpreta o papel de Alice, uma renomada professora que descobre sofrer do mal de Alzheimer ainda no estágio inicial da doença. Lindo e emocionante, vale a pena assistir como a vida de uma família é transformada assim que o diagnóstico do Alzheimer é confirmado!

https://www.youtube.com/watch?v=ikwYmKkvI6o

Bjs,
Fabi Scaranzi

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Alergia Alimentar: O que você precisa saber

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Todos nós temos um ou outro alimento ao qual temos alguma intolerância. Muitas vezes sequer percebemos por se tratar de algo leve que logo o organismo se encarrega de corrigir sem que a gente tenha  grandes reações. Mas no caso das alergias, não é bem assim…
A alergia alimentar é bem mais que uma intolerância. Também chamada de alergia escondida ou hipersensibilidade, a alergia causada por alimentos tem vários níveis de comprometimento e pode se apresentar de duas formas: as alergias imediatas – que são aquelas que nos dão os sinais exatamente na hora em que se come determinado alimento e as alergias tardias – que não dão sinal imediatamente e por isso nem sempre ligamos o alimento ao sintoma.

Os alimentos são digeridos e absorvidos. Algumas moléculas podem se ligar a proteínas carregadoras ( transportadoras) e desencadear um reconhecimento pelo sistema imune que vai gerar uma resposta de tolerância ou hipersensibilidade. Isso depende de vários fatores, incluindo a genética, idade, frequência de utilização do alimento, etc…

Se você tem reações na pele, ou sente-se mal depois de se alimentar e isso é constante, deve procurar de imediato um alergologista e tentar detectar se você é alérgica e a quais substâncias. Para entender melhor a doença e suas manifestações, convidei a especialista Dra. Maria José Mendes para tirar as dúvidas mais frequentes sobre esse tipo de alergia.

Quais são as alergias alimentares mais comuns e quais os sintomas?
As alergias alimentares mais comuns na infância são ao leite de vaca e outros animais, trigo e ovos. Chegam a atingir 6,5% das crianças mas cerca de 70% regridem espontaneamente até 10-12 anos de idade. Podem se manifestar como dermatite atópica, rinite e asma, urticária , vômitos cólicas ou diarreia. Já no adulto as causas mais frequentes são amendoim e outras leguminosas, castanhas e crustáceos. Os sintomas mais frequentes são urticária, angioedema (edema de lábios, olhos e face) , dermatite atópica e mais raramente anafilaxia com choque anafilático ou edema de glote. Há manifestações mais incomuns como esofagite eosinofílica, gastrite eosinofílica e colites.

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Como saber se é alérgica ao leite, glúten ou alguma outra substância?
Para detectar essas alergias podem ser feitos testes cutâneos e exames de sangue. A história clínica é muito importante e podem também ser feitos testes de exclusão que é a retirada de um grupo de alimentos do cardápio, por um período, para observação.

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As alergias vem de nascença ou podem se manifestar em várias fases da vida?
A pessoa geralmente tem histórico familiar de alergias indicando um caráter hereditário. A alergia pode se desenvolver na infância ou na vida adulta. No adulto o comum é desenvolver alergia a algo que come intermitentemente, ao contrário do que se pensa. É bastante comum se ouvir do paciente que até então ele sempre havia comido camarão sem problemas e um belo dia teve reação!

Qual é a diferença de intolerância para alergia alimentar?
A intolerância alimentar se deve à deficiência de uma enzima para realizar a digestão. Pode ocorrer desde a infância ou ir se desenvolvendo aos poucos. A mais comum é a intolerância à lactose. A pessoa não produz ou vai com o tempo produzindo cada vez menos lactase e não consegue digerir podendo ter refluxo, gases e diarreia quando ingere leite e derivados. Já a alergia se deve à produção de um anticorpo ou a presença de uma célula que reconhece aquele alimento com estranho ao organismo e dá inicio à reação.

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Todas as alergias alimentares são crônicas? Existe tratamento para a cura?
Na infância, com a maturação só do sistema imunológico pode ocorrer a melhora espontânea da alergia. Já no adulto é improvável que ocorra cura. Há estudos com diversas abordagens terapêuticas mas ainda sem conclusões.

Uma alergia alimentar não observada pode levar à morte? 
Uma alergia alimentar pode na primeira manifestação causar um choque anafilático ou edema de glote e inclusive levar à morte, se o socorro não for imediato. Não existe relação entre quantidade ingerida e gravidade do quadro. Uma quantidade muito pequena pode levar a uma reação grave. Não há antídoto, nem remédios que se carreguem no bolso. A indicação é chamar o serviço de emergência.

As alergias alimentares são hereditárias?
A tendência a ser alérgico sim. O alérgeno (alimento ou inalante) pode não ser o mesmo.

Uma pessoa que tem outros tipos de alergia, está mais propensa a ter também alergia alimentar?
Sim. Mas não é obrigatório ocorrer. Pelo contrário, é um aumento de incidência muito pequeno.

Existe algum tratamento, medicação, vacina? Ou simplesmente corta-se a substância do cardápio?
O tratamento mais adequado é a exclusão, as medicações variam de caso a caso e são apenas para tratar os sintomas manifestados. Há sugestão de uso de alguns lactobacilos específicos em criança para ajudar a desenvolver tolerância. Mas ainda está em estudos para comprovação. Não existe indicação de imunoterapia (vacina) para alergia a alimentos e para os quadros de alergia por contato.

Sabendo que a alergia pode aparecer, na fase adulta, a um tipo de alimento que nunca provocou reação adversa, a gente deve ficar sempre atenta aos sinais, principalmente da pele e da má digestão. Pode ser muito triste ter que riscar da dieta alimentos que a gente gosta, mas é muito melhor abrir mão de um pequeno prazer do paladar, do que por em risco a saúde geral do seu corpo.

bj pra vcs
Fabi Scaranzi

*Imagens: Shutterstock

DRA. MARIA JOSÉ MENDES É MÉDICA FORMADA E ESPECIALIZADA EM IMUNOPATOLOGIA CLÍNICA E ALERGIA PELA FACULDADE DE MEDICINA DA USP.
PARA MAIORES ORIENTAÇÕES E INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE ALERGIAS ALIMENTARES ESPECÍFICAS ACESSE O SITE DA SBAI (Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia).

Tudo o que você precisa saber sobre a dengue

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(Foto: Shutterstock)

A dengue é uma doença grave e, apesar de aparentemente ter sintomas fáceis de tratar, se evoluir para quadros hemorrágicos, pode vir a matar. Não é à toa que ela se tornou um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente com a dengue em mais de 100 países de todos os continentes (exceto a Europa!). Entretanto, os números podem se tornar menos desesperadores com a chegada do inverno. O infectologista do Instituto Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn, explica que, a mudança de temperatura trazendo uma queda nos termômetros pode trazer também uma queda no número de pacientes infectados. “Isso ocorre porque entre o fim de março até o fim de setembro podemos esperar períodos mais frios e menos chuvosos, o que diminui a possibilidade de proliferação do mosquito, além de sua dispersão”.

O inverno, entretanto, faz crescer o número de casos de gripes e resfriados, que, infelizmente, têm sintomas bem parecidos com os da dengue. Por isso, preste atenção em como a doença se manifesta tanto nos quadros mais simples, quanto nos mais graves e principalmente: aprenda como se tratar caso se torne vítima desse tão terrível mosquito.

Dengue clássica
Os sintomas da dengue clássica são bem fáceis de identificar. Nos adultos, a doença se manifesta a princípio atrás de febre alta (39º a 40º), ligada à dor de cabeça, dores musculares, nas juntas, atrás dos olhos, coceira, prostração e manchas vermelhas pelo corpo. “Espera-se que no período de 7 dias os sintomas comecem a regredir, entretanto, quadros de fraqueza e dores nas pernas ainda podem persistir por mais alguns dias”, afirma Jean.

Já nas crianças, o sintoma inicial também é a febre alta, acompanhada de sonolência, perda de apetite, vômitos e diarreia, o que pode ser facilmente confundido com viroses. Por isso, é fundamental a realização de exames laboratoriais para receber o diagnóstico o quanto antes.

Dengue hemorrágica
A princípio, a dengue hemorrágica se manifesta da mesma forma da clássica, entretanto, a partir do terceiro dia começam a aparecer os sinais da hemorrágica, como sangramento nasal, vaginal, gengival e em alguns casos, até mesmo pelo rompimento dos vasos superficiais da pele. “A dengue hemorrágica nada mais é do que uma resposta inflamatória dos sintomas clássicos”, explica o infectologista. Além dos sangramentos, preste atenção em sintomas, como: dor abdominal, aceleramento do batimento cardíaco e, em alguns casos, irritabilidade. No final do período febril é possível notar ainda algumas alterações neurológicas, como delírio, sonolência, depressão, psicose e amnésia.

Diagnóstico
A única forma de saber se você está mesmo contaminada com o vírus da dengue, é através de exames laboratoriais. O diagnóstico pode ser obtido por isolamento do vírus no sangue nos 3 a 5 dias iniciais da doença, ou até mesmo através de exames de sangue para detectar anticorpos contra o vírus.

Tratamento
O tratamento da dengue é apenas assintomático, ou seja, trata-se apenas os sintomas que acompanham a doença, por exemplo: medicamentos para abaixar a febre alta e analgésicos para minimizar as dores no corpo… O mais importante para o tratamento da dengue clássica é a hidratação constante. “Além da medicação para baixar a febre e amenizar os sintomas, sugerimos que o paciente consuma alimentos como a melancia e o abacaxi e esteja sempre hidratado com muita água e sucos”, explica Jean.

No caso da dengue hemorrágica, no entanto, o tratamento vai além. A hidratação é feita na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de forma intravenosa, além, é claro das medidas suporte para tratar as áreas afetadas.

Vacina
Os dados atualmente podem não ser muito animadores, mas uma boa notícia vem por aí: de acordo com o infectologista, até o final do ano um laboratório privado lançará uma vacina quadrivalente, desenvolvida a partir de uma cepa do vírus, geneticamente modificado, composta pelos quatro subtipos da doença. E o melhor: até o momento nenhum voluntário apresentou reações adversas. Sabe-se também que o Instituto Butantã tem uma vacina contra dengue em fase de estudo atualmente. “A produção em larga escala da vacina deve ocorrer, muito possivelmente, no prazo de um ano e meio”.