É possível ser feliz sozinha

ser feliz sozinha

Estar ou ser sozinha não é necessariamente sinônimo de solidão. Pelo contrário, a gente não pode (nem deve) se isolar de tudo e de todos sempre, mas tem momentos que a gente precisa dar um tempo do barulho externo para escutar a si mesma. No meu livro “Mulheres Muito Além do Salto Alto”, converso com a psicoterapeuta Elisabeth Furigo sobre a importância de ter um tempo só seu.

Ficar sozinha é saudável
Elisabeth me garantiu que a solidão só se torna doentia quando leva a pessoa ao isolamento, ou ao contrário, ao lançá-la compulsivamente a relacionamentos indiscriminados. Porém, existe aquele tipo de solidão que só vem para fazer o bem. “A criativa, por exemplo. São nos momentos em que você está sozinha que as melhores ideias surgem e levam você a realizar seus sonhos e projetos.” Para examinar-se, às vezes, é preciso se afastar, fazer regastes, estabelecer limites.

Você pode ser feliz sozinha
Nem toda pessoa acompanhada é feliz. “O necessário para a felicidade é saber ficar só”, explica Elisabeth. Quando temos coragem e oportunidade de chegar ao fundo do poço e de lá dar a volta por cima, sabemos, então, o quanto são importantes espaços para estarmos sós e centradas.

Quando acionar o botão de alerta
De acordo com Elisabeth, a solidão só passa a ser vista como um problema quando a mulher não escolheu estar sozinha, mas se viu colocada nesta situação. Isso implica em isolamento, dificuldade de criar vínculos e se comunicar, sofrimento e depressão.

Solidão e autoconhecimento
Estamos tão acostumadas a viver em uma sociedade onde a mulher tem sempre que ser uma pessoa esclarecida, ser politicamente correta, controlada e ter todas as suas iniciativas transformadas em um obras-primas, né? E quando não correspondemos às expectativas acabamos nos sentindo frustradas. Afastar-se, viajar sozinha, caminhar sozinha, sentar sozinha na varanda, não porque você não seja capaz de estar com outras pessoas, mas para buscar seu próprio sentido de inteireza é uma ótima forma de examina suas circunstâncias mais profundas. Experimente: o exercício vale a pena!

11 dicas para viajar muito bem sozinha

Viajar sozinha é uma chance de ter um tempo de qualidade consigo mesma!
Viajar sozinha é uma chance de ter um tempo de qualidade com você mesma!

Uma das coisas que toda mulher deve fazer, ao menos uma vez na vida, é viajar desacompanhada. Depois que você toma coragem de fazer isso pela primeira vez, descobre que VOCÊ pode ser a melhor companhia de todas. E ganha liberdade para várias outras aventuras.

Que o diga Luciana Mendonça, que trabalha há 17 anos no mercado de turismo, com viagens corporativas. Apaixonada por culturas, arte, literatura e comportamento, ela tem como lema um poema de Fernando Pessoa: “A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos”. Luciana afirma não ser preciso ser uma Amelia Earhart – a pioneira da aviação e primeira mulher a cruzar o Atlântico num voo solo em 1932 – para se lançar em viagens pelo mundo acompanhada apenas dos próprios sonhos e vontades.

“Foi-se o tempo em que isso era perigoso. Hoje, com as facilidades de informações e tantos meios de comunicação disponíveis, é muito mais comum ver mulheres se rendendo a esse prazer. Eu mesma já realizei algumas, e não me arrependo de nenhuma delas”, comenta Luciana, que considera que todas foram experiências valiosas e gratificantes, pelo autoconhecimento e aprendizado adquiridos. Para evitar cair em ciladas ou situações desagradáveis, leia as dicas da experiente Luciana:

1. Elabore seu roteiro antecipadamente. Pesquise, estude, se organize, invista algumas horas nesta preparação, vai valer à pena!

2. Fique, independentemente do tipo de hospedagem, numa boa localização. Você não vai querer estar afastada de tudo, numa área residencial, por exemplo, que a impeça de sair sozinha à noite numa cidade nova.

3. Deixe uma cópia do seu roteiro com amigos ou parente. Inclusive dos contatos dos hotéis por onde passará estará, caso precisem falar com você.

4. Faça um bom seguro de saúde. Nunca se sabe!

5. Compre online entradas dos pontos que deseja visitar. Assim você evita filas nas principais atrações. Fila é uma coisa chata em qualquer lugar do mundo, sozinha ou acompanhada!

6. Mude de ideia. Essa é uma das melhores coisas de viajar só. Permitir-se passar um dia inteiro naquele museu que você sempre sonhou em conhecer, sem ninguém te apressando, ou ir a um show ou jogo que descobriu em cima da hora. Até mesmo sentar-se numa praça ou café, simplesmente para ver a vida passar… É uma delícia!

7. Tenha em mente que viajar sozinha não é SER sozinha. Mas, se for tímida demais para pedir para alguém tirar fotos suas, é melhor se aperfeiçoar na técnica dos selfies.

8. Faça um teste antes. Vá ao cinema, a um show ou a um bar desacompanhada, e veja como se sente. Somente alguém que se sente confortável na própria companhia é capaz de embarcar com tranquilidade e segurança numa viagem solo.

9. Seja acessível. Esteja aberta a conhecer pessoas, peça sugestões, converse sem medo — mesmo que não seja na sua própria língua. Dessa forma, vai descobrir coisas sobre os locais onde visitar que guia nenhum de viagem vai contar.

10. Leve na mala apenas o que conseguir carregar. Não existe nada pior do que uma viajante que não consegue dar conta da própria bagagem, arrastando esbaforida uma mala imensa por ruas e plataformas. Vale lembrar que em muitas cidades as estações de trem e metro não possuem escadas rolantes ou elevadores.

11. E tenha em mente a regra de ouro “antes só do que mal acompanhada”!