Síndrome de Hashimoto: a doença que mudou o corpo da top Gigi Hadid

Você já deve ter ouvido na top model Gigi Hadid. A modelo – ícone de marcas conhecidas como Tommy Hilfigher e Victoria’s Secret – foi alvo de críticas no passado por não ser magra o suficiente para as passarelas e agora sofre com a desaprovação do público por ter perdido muito peso.

A explicação, entretanto, veio através de uma resposta de Gigi em sua conta no Twitter. A top revelou que sofre da síndrome de Hashimoto – doença que afeta o funcionamento das glândulas da tireoide e tem como um dos seus efeitos o ganho de peso. O porquê da perda brusca de peso? Gigi Hadid explica: ele é resultado do tratamento da disfunção e, embora não seja como gostaria de ver seu corpo, se sente mais saudável assim.

post gigi

“Para aqueles decididos a falar sobre por que o meu corpo mudou ao longo dos anos, vocês podem não saber que, quando comecei [a carreira], com 17 anos, eu ainda não tinha sido diagnosticada com a doença de Hashimoto; aqueles que me chamaram de ‘muito gorda para a indústria’ estavam vendo inflamação e retenção de líquido devido a isso”, escreveu.

post gigi2

“Ao longo dos últimos anos, fui medicada adequadamente para tratar sintomas incluindo estes, assim como fadiga extrema, questões de metabolismo, habilidade corporal para reter calor etc… Também participei de um experimento medicinal holístico que ajudou minha tireoide a se equilibrar.”

post gigi3

“Embora o estresse e o excesso de viagens também possam afetar o corpo, sempre comi da mesma maneira, meu corpo apenas lida com isso de forma diferente agora que minha saúde está melhor. Eu posso estar ‘magra demais’ para vocês, honestamente tão magra assim não é como eu queria estar, mas me sinto mais saudável internamente e ainda estou aprendendo e crescendo com meu corpo todos os dias, como todo mundo.”

Entenda a doença
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a síndrome de Hashimoto é uma doença autoimune que destrói o tecido tireoidiano – o organismo fabrica anticorpos contra as células da tireoide. Resultado? Isso leva a uma redução da atividade e até a destruição da glândula, abrindo porta para o hipotireoidismo.

A doença atinge mais mulheres do que homens e as causas não são totalmente esclarecidas, mas acredita-se que fatores genéticos sejam os principais responsáveis.

Sintomas e diagnóstico
Uma vez que a evolução da síndrome de Hashimoto é lenta, os sintomas normalmente aparecem quando o hipotireoidismo já se faz presente. Entre os sintomas da doença, os mais comuns são:

Aumento de peso
Depressão
Prisão de ventre
Pele seca e fria
Ansiedade
Aumento do volume e nódulos na tireoide

Para fazer um diagnóstico decisivo da doença, é preciso considerar o aumento da glândula e se ela está endurecida, além de anemia e lentidão nos reflexos motores. Exames de sangue são os mais indicados para apontar a falta de hormônios tireoidianos e a presença de anticorpos.

Tratamento
Infelizmente, a síndrome de Hashimoto não tem um tratamento definitivo. O paciente diagnosticado precisa de reposição hormonal a vida toda, além de alimentação e hábitos saudáveis.

Bjs,
Fabi Scaranzi

Distúrbios na Tireoide. Identifique os sintomas e tratamentos

tireoide

Já ouviu falar em tireoide? Essa glândula em forma de borboleta e responsável por produzir os hormônios T3 (triiodotironina) e o T4 (tiroxina), é uma das maiores do corpo humano e fica localizada na parte anterior do nosso pescoço, logo abaixo do famoso “pomo de Adão”.

Ela pode até ser pequena quando comparada a outros órgãos do corpo humano, mas de acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) sua função é extremamente importante, já que atua no bom funcionamento do coração, cérebro, fígado e rins, interferindo, inclusive, no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, no peso, na fertilidade, no ciclo menstrual, na concentração, no humor, na memória e até no controle emocional. Viu só porque é tão importante manter a saúde da tireoide sempre em dia?

Tireoide e seus possíveis problemas
Você já deve ser lido dos nomes “hipertireoidismo” e “hipertireoidismo” por aí. Essas duas doenças nada mais são do que desequilíbrios na tireoide, seja para mais, ou para menos.

Quando essa glândula trabalha demais e produz hormônios em excesso, chamamos de hipertireoidismo. Confira os sintomas:

– Palpitações e coração disparado
– Intestino solto
Desequilíbrio no sono
– Intolerância ao calor
– Excesso de suor
– Fraqueza das unhas
– Coceira generalizada
– Pele ruborizada e úmida
Cabelos finos e quebradiços
– Fraqueza muscular
– Olhos esbugalhados
– Colesterol baixo
– Hipertensão
– Aumento da glicose no sangue
– Alargamento da ponta dos dedos
– Cansaço durante esforços
– Agitação, tanto na fala, quanto nos gestos
– Alteração menstrual
– Anemia
– Aumento do volume de urina
– Perda de peso
– Aumento da sede e fome
– Osteoporose
– Irritabilidade e ansiedade
Depressão
– Amnésia
– Dificuldade de concentração
– Tremores das mãos
– Picos de energia e cansaço

Agora, quando essa glândula produz poucos hormônios tireoidianos ou se é retirada graças a presença de um tumor, chamamos de hipotireoidismo. Aí, tudo começa a funcionar mais lentamente no nosso corpo. Fique de olho nos sintomas:

– Crescimento comprometido
– Intestino preso
– Coração bate mais devagar
– Diminuição da capacidade de memória
– Fraqueza e cansaço excessivo
Dores musculares e nas articulações
– Sonolência
– Pele seca
– Ganho de peso
– Aumento nos níveis de colesterol no sangue
– Depressão
– Intolerância ao frio
Diminuição do suor
Queda de cabelo
– Unhas fracas
– Redução do paladar
– Anemia
Alteração menstrual
– Infertilidade
– Disfunção erétil
Perda de libido
Inchaços e coma (em casos graves e não tratados)

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia compara o hipotireoidismo à “parada do indivíduo”, uma vez que o corpo não tem mais “combustível” para ser gasto.

hormonios-tireoidianos-oral

Detectando problemas na tireoide
Seja no hipo ou no hipertireoidismo, pode haver um aumento no volume da tireoide, chamado bócio. Para detectá-lo é só fazer um exame físico em casa mesmo. Como? Fique de frente para o espelho, beba um gole de água e observe exatamente a região exata do pomo de Adão (ou gogó). Conforme o líquido desce, observe o movimento da glândula. Se você notar uma bola por ali, pode ser sinal da presença de um nódulo. Aí, o melhor é procurar um especialista para tirar a dúvida.

No caso das crianças, é possível que algumas nasçam com hipotireoidismo. Por isso, é fundamental fazer o Teste do Pezinho logo após o nascimento do bebê. Com uma gota de sangue tirada do pezinho do recém-nascido, é possível detectar males genéticos, um tipo raro de anemia e até se a produção dos hormônios tireoidianos não está adequada. Caso haja alterações nas taxas desses hormônios, a criança passa por um tratamento com hormônios sintéticos, evitando deficiência intelectual, conhecida como cretinismo.

Vale lembrar que problemas na tireoide podem aparecer em qualquer fase da vida, em homens e mulheres, tanto no recém-nascido, quanto no idoso. A SBEM estima, inclusive, que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. E mesmo que isso não signifique que eles sejam malignos (apenas 5% dão cancerígenos), o autoexame é fundamental, já que assim o endocrinologista passa a tratar a doença ainda em sua fase inicial, aumentando as chances de cura.

Bjs,
Fabi Scaranzi

*Imagens: Shutterstock