Como falar com os filhos sobre separação

A separação dos pais é um momento de muitas mudanças para os filhos, e essas mudanças vão depender de como é conduzido o processo. O diálogo será fundamental.

Inicialmente a criança ou adolescente terá que construir um novo contexto de família, com possíveis alterações em seus finais de semana, com mudanças na rotina doméstica entre diversas outras mudanças. Eles passarão muitas vezes finais de semana em casas diferentes, o que implica em uma nova rotina. Os pais poderão constituir novas famílias, e os filhos precisarão se readaptar a uma nova esposa do pai e marido da mãe, outros filhos e possibilidades de novos irmãos.

Como lidar com tantas situações novas pra todos?

Unhappy with their arguments

Eu já passei por isso, como mãe, e relatei algumas situações no meu livro “Mulheres Muito Além do Salto Alto“. Num capítulo que intitulei de Separação, conto um pouco da minha experiência. Como foi me separar com um filho de 1 ano e meio, mudando de emprego e voltando a fazer outra faculdade. Cuidar de um bebê sozinha, trabalhar e estudar não é tarefa fácil, como muitas mulheres sabem. Mas passar por todas as fases junto com os filhos são momentos inesquecíveis, que recompensam qualquer cansaço. O mais importante é conduzir isso de forma saudável principalmente para os filhos.

Acho essa questão tão importante que convidei aqui a psiquiatra Carolina Hanna, da Clínica Arthur Guerra, para nos ajudar a pontuar essa situação que envolve separação e filhos…

Os efeitos da separação

A separação dos pais gera a necessidade de reposicionamento de todos nas relações familiares, uma vez que as formas de comunicação e convívio são alteradas. Sendo assim, haverá uma carga inevitável de estresse, que pode variar conforme cada caso, considerando o quanto a rotina da criança ou adolescente é afetada e o grau de exposição que o filho ou filha terá ao conflito dos pais. Mas também pode transcorrer de forma saudável e resultar em boa adaptação emocional e resiliência para lidar com suas próprias questões no decorrer da vida.

Hispanic girl with hostile parents

Sentimento de exclusão

É possível que em um primeiro momento muitas crianças e adolescentes possam se sentir excluídos, por não terem participado ativamente da decisão pela separação, mas por outro lado, existe um vínculo e comunicação entre os pais que de fato deve excluí-los, até como maneira de protegê-los. Entretanto, especialmente na adolescência, é importante ouvir e contemplar nas decisões as necessidades dos filhos, sem esquecer que a decisão final não cabe mesmo a eles.

Uniões que se mantem só em função dos filhos

Pode ser criado um vinculo complicado entre os pais, com falhas de comunicação e pouco afeto envolvido ou ate a presença de agressões verbais, o que pode afetar aspectos emocionais dos filhos. Às vezes, os filhos podem perceber, o que aumenta ainda mais o risco de problemas emocionais, uma vez que eles podem assumir pesos e papéis, dentro da organização familiar, para os quais ainda não estão preparados.

Como abordar o assunto da separação com os filhos

O importante é que a decisão seja tomada pelos pais, sem a participação direta dos filhos. Contemplar os desejos e necessidades dos filhos na decisão é essencial, mas a decisão final deve ser tomada pelos pais e apresentada aos filhos a partir do momento em que houver uma ideia amadurecida, para preserva-los de possíveis duvidas que ainda possam existir e que poderiam gerar ansiedade e preocupação excessiva com o assunto de forma desnecessária.

Quando há briga pela guarda dos filhos

Para estes casos mais complexos que envolvem disputa de guarda, questões legais difíceis, em que os pais não conseguem estabelecer uma boa comunicação, está indicado procurar ajuda de profissional da área. Dessa forma, com o olhar externo e a capacidade de perceber aspectos saudáveis ou não no processo de separação, é possível auxiliar na condução das decisões para minimizar os impactos negativos.

O sofrimento dos filhos

O estresse pode ser inevitável, mas como dito anteriormente, o importante é estar atento em como os filhos irão lidar com ele. Sofrer, seja por medo do futuro incerto, ou por saudade do convívio com ambos os pais, não obrigatoriamente é algo que trará resultados nocivos; criar maneiras elaboradas de lidar com este tipo de sentimento pode ser produtivo pois sera importante para a vida adulta dos filhos também.

Guarda Compartilhada

A guarda compartilhada traz como principal ponto a responsabilidade compartilhada pela vida dos filhos. Sendo assim, ela pode ser muito boa ao proporcionar a sensação para os filhos, de proximidade tanto do pai como da mãe, além de sentir em ambos os referenciais, pesos semelhantes. O perigo da guarda compartilhada pode ser a falta de homogeneidade na rotina dos filhos, dessa forma, é recomendado que os filhos morem em somente um lugar, e além disso, que os pais se comuniquem para alinhar eventuais condutas frente as demandas dos filhos, evitando incoerências.

As mágoas que sobraram da separação com brigas

É preciso tentar preservar os filhos. As mágoas que existiram na relação entre o casal não irao necessariamente se repetir na relação entre os filhos e a mãe, ou na relação entre os filhos e o pai, e nesse sentido, é preciso preservar o direito que os filhos tem de manter esta relação a mais saudável possível. Acontece que, especialmente quando mais jovens, os filhos não devem receber a responsabilidade de intermediarem a comunicação entre os pais. Portanto, alguma forma de comunicação deve ser tentada, ao menos para conseguirem estabelecer como, quando, e onde vai acontecer o contato e o convívio dos filhos com cada um.

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Pais e mães que jogam os filhos contra o ex-parceiro

Não podemos dizer que é natural, apesar de, infelizmente, ser algo não tao raro. Usar os filhos neste processo é uma forma de abuso emocional, tendo em vista que crianças e adolescentes são mais vulneráveis e não tem responsabilidade pelas escolhas que foram feitas pelo pai e pela mãe, ao longo da vida, inclusive muito antes de eles terem sequer nascido. Pai e mãe precisam estar conscientes da responsabilidade que suas escolhas tem na saúde mental e emocional que vai acompanhar os filhos durante suas vidas.

O que responder ao filho quando ele…

1) Te culpa pela separação
Procurar entender que ele esta passando por um sentimento ruim, e não receber esta mensagem como uma acusação. Pode responder tentando nomear o que o filho sente, por exemplo: “Sei que não esta fácil, que esta sendo difícil imaginar como as coisas serão daqui pra frente, mas nós estaremos sempre te apoiando, ambos o amam..”

2) Diz que estaria melhor com o pai
“Filho, seja morando comigo ou com o seu pai iriam existir coisas boas e coisas ruins, e você mora comigo hoje, entao para que isso ocorra da melhor forma possível vamos tentar entender o porquê de você estar sentindo isso”

3) Fala que tem inveja dos amiguinhos que tem pais casados há yxz anos e são felizes juntos
“Filho, mais importante que os pais estarem felizes juntos é conseguirem estar bem…com saúde….e se sentindo em paz…e quando um casal percebe que não gosta mais da relação como casal, é preciso mesmo entender que a separação é um caminho bom. precisamos aceitar os acontecimentos da vida e aprender a lidar com eles”

4) Reprova o seu novo namorado
“Filho, o importante é que vocês dois consigam estabelecer uma relação de respeito. Eu estarei vendo se meu namorado vai fazer a parte dele e quero que você faca a sua. Eu tenho meus motivos para aprova-lo como meu namorado, voce sabe o quanto eu quero o seu bem, mas voce vai precisar aceitar a minha escolha.”

5) Se nega a dar satisfação do que anda fazendo da vida e não conversa mais sobre nada….
“Filho, você vai precisar entender que mora comigo e portanto vai precisar seguir as minhas condições, que inclui me responder o que eu pergunto”.  Além disso, dar limites, estabelecendo as penalizações para quando não cumprir o combinado e colocá-las em prática quando acontecer.

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Bom… aqui a gente tem quase um manual para tentar lidar com o assunto da melhor forma possível. Toda a união que se inicia, tem potencial para durar para sempre. Mas quando não é possível, a vida já nos ensinou, as mudanças podem ser para melhor. Essa é a mensagem que os filhos precisam entender de forma amorosa e compreensiva. Se você souber dialogar com eles, as reações, com certeza serão positivas.

bj pra vcs
Fabi Scaranzi

*Imagens: Shutterstock

Mitos e verdades sobre as unhas

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Cortar as unhas ao invés de lixá-las faz com que elas fiquem mais fracas
MITO O ato de cortar ou lixar as unhas nada tem a ver com seu processo de crescimento. Para garantir que a unha cresça sempre saudável é necessário ter um cuidado especial com a matriz, onde fica localizada a cutícula. A extremidade da unha já passou por toda a sua fase de crescimento, portanto a escolha entre a lixa e o alicate pode ser feita sem crise, já que o resultado será o mesmo.

O formato redondo facilita que as unhas lasquem ou encravem
VERDADE Principalmente nos pés, recomenda-se que elas sempre sejam lixadas em formato quadrado e sempre bem rentes aos dedos, não dando chance que você se machuque quando calçar um sapato mais estreito. O formato quadrado possibilita que as unhas cresçam verticalmente, diminuindo os riscos de unha encravada ou lascadas.

O esmalte escuro fortalece as unhas
MITO Manter as unhas sempre esmaltadas facilita o crescimento forte e saudável, mas não necessariamente com cores fortes e escuras. Para garantir esse resultado, tenha sempre em mão as bases reconstrutoras. Elas ajudam a recuperar as unhas quebradiças e desidratadas e ainda liberam você a usar o esmalte branquinho que tanto gosta.

É bom deixar as unhas sem esmalte para que elas possam respirar
MEIA VERDADE As unhas são formadas por células mortas e, por isso, não respiram. O que acontece é que o esmalte resseca aquela película mais fina da unha, por isso, vale a pena deixa-las pelo menos um dia sem o produto e hidrata-las constantemente com cremes ou óleos.

Quem tem alergia de esmaltes precisa apenas passar uma base hipoalergênica. O esmalte comum está liberado!
MITO Para quem sofre de alergias, é fundamental que tanto a base, quanto o esmalte sejam hipoalergênicos. Só a base não garante que o esmalte convencional não entre em contato com a superfície da unha, ocasionando reações alérgicas.

Retirar o esmalte com acetona danifica as unhas
VERDADE A acetona é um produto poderoso! Em contato direto com a unha, ela resseca sua película protetora, deixando-a mais fraca. O ideal é sempre utilizar removedores que não sejam a base de acetona, mas que tenham o poder de retirar o esmalte até mesmo nos cantinhos mais difíceis.

Tirar a cutícula faz mal às unhas
VERDADE A cutícula é a proteção natural contra fungos e bactérias, por isso, sem elas, as unhas ficam sujeitas a diversos tipos de infecções. O ideal é apenas empurrá-la ou cortá-la superficialmente a cada 15 dias.

Posso emprestar minha lixa de unhas sem problema
MITO Jamais compartilhe sua lixa, nem qualquer outro material, como alicates e palitos. Certifique-se sempre de que todos os aparelhos foram esterilizados assim que chegar a manicure. Isso evita a transmissão de vírus e fungos. Não podemos esquecer que o vírus de hepatite B também pode ser transmitido também por alicates de cutícula.
Eu prefiro ter sempre o meu kit de unhas. Coloco tudo numa necessaire: alicate de cutículas, de cortar as unhas, lixas e palito.

Spray é melhor que óleo secante
MITO O uso do spray é até pior, uma vez que pode causar pequenas bolhas de ar nas unhas, comprometendo a qualidade da pintura. O mais indicado é o óleo secante ou o esmalte extrabrilho, que adere melhor e ajuda a fixar a cor do esmalte.

É possível ter unhas saudáveis mesmo tendo trabalhos manuais ou mexendo com produtos de limpeza diariamente
VERDADE Não vamos mentir, você terá sim um trabalhinho a mais. Quem mexe com água ou produtos de limpeza terá que ter um cuidado especial com as unhas todos os dias. Se você não consegue se acostumar com luvas de borracha, o melhor é deixar as unhas curtinhas e sempre quadradas. O formato aumenta a impressão de unhas mais longas, permitindo que mesmo mais curtas, elas passem um efeito de bem cuidadas e sempre na moda. Esse tamanho também evita o atrito e deslocamento, evitando que elas se quebrem com facilidade.

Faz mal trocar o esmalte com tanta frequência
MITO Não é a quantidade de vezes que você troca a cor do esmalte que prejudica a unha, mas sim o produto que você usa para retirá-lo ou a qualidade do esmalte em questão. Por isso, escolha sempre removedores sem acetona e esmaltes de marcas já conhecidas no mercado.

Unhas postiças podem fazer mal às unhas?
VERDADE Ao coloca-las, você cria um espaço entre o produto e a unha que pode ficar úmido e ser um local perfeito para a proliferação de fungos e bactérias. A prática pode acarretar também alergia à cola, deslocamento da unha, manchas e até perda da película protetora da unha caso ela seja retirada sem cuidado.

Agora é só pintar suas unhas com suas cores preferidas e abusar da criatividade!

 

*Consultoria: Sociedade Brasileira de Dermatologia (www.sbd.org.br)