Você sabe quais são hoje os profissionais mais procurados e valorizados do mercado? E para onde apontam as carreiras do futuro? Uma resposta pode ser encontrada no mais abrangente estudo já realizado sobre o assunto, The Shape of Jobs to Come (O Formato dos empregos do futuro), concluído pela consultoria inglesa FastFuture, com o patrocínio do governo britânico. A pesquisa apontou 110 carreiras cujo ponto em comum é o fato de serem fundamentadas e terem surgido na esteira da inovação e dos avanços científicos. A maior parte delas se concentra em áreas como internet, meio ambiente, demografia e tecnologia. O estudo considera que, devido às características próprias, essas carreiras representam uma ruptura na tradição do trabalho, um verdadeiro “novo emprego”. Para ocupá-lo, é preciso ser especialista, ter conhecimento específico e profundo de uma determinada área. Coisa que não significa, necessariamente, exibir um diploma ou um curso de pós-graduação, ainda que a formação universitária seja o mínimo necessário na maioria das atividades.
A especialização pode muito bem ser decorrente da experiência, do talento e da capacidade de cada um para encontrar soluções originais em um mundo cada vez mais embaralhado. Escolhido há 3 anos como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time, o finlandês Peter Vesterbacka é uma estrela em ascensão desse “novo emprego”. Ele largou um cargo na Hewlett-Packard, o gigante dos computadores, para tentar ganhar a vida com seu hobby, o desenvolvimento de games. Com 200 milhões de downloads em smartphones e tablets em pouco mais de um ano, seu jogo Angry Birds o transformou numa celebridade digital. E também em um homem rico.
O novo emprego é um híbrido dos extremos profissionais do século passado. Os títulos atuais tendem a ser referência a atividades tipicamente intelectuais (técnico, especialista, analista), mas quase sempre envolvem executar tarefas com as próprias mãos, como os operários numa fábrica. Um desenhista de animação em 3D, para citar como exemplo uma nova atividade na qual os brasileiros se destacam, realiza um trabalho basicamente cerebral, criativo, mas necessita de habilidade manual e conhecimento técnico para se utilizar do computador e de programas gráficos de última geração. A expansão em ritmo acelerado e, sobretudo, a modernização da economia brasileira abriram espaço no país para as “novas profissões”.
Prevê-se que o Brasil feche este ano com o acréscimo de vagas, apesar da crise. Ainda assim, possivelmente muitas delas não sejam preenchidas por absoluta escassez de candidatos com a qualificação necessária. O que é lamentável em um país que sofre com o desemprego. Portanto se você está pensando em mudar de emprego, talvez o mais correto seja também mudar de área e buscar qualificação para o que vem por aí. E se o seu filho, ou filha estão em tempo de decidir que profissão seguir, desapegue-se daquele sonho antigo de formar um advogado, um médico ou engenheiro acreditando que o futuro deles está garantido. Na verdade, é numa área onde eles já transitam naturalmente (internet, redes sociais, aplicativos para tablets e smartphones) que despontam algumas das carreiras mais promissoras nestes tempos.
Olhe só algumas dessas funções apontadas pelas pesquisas como as que oferecem melhores chances no mercado do futuro (os salários iniciais variam de 2 a 6 mil reais):
INTERNET
As vendas on-line no Brasil movimentaram 14 bilhões de reais no ano passado e crescem a uma taxa de 30% ao ano. Ter um site tornou-se indispensável para as empresas. Boa parte das companhias usa as redes sociais como Twitter e Facebook para se aproximar de seus clientes. O que mais se busca hoje em termos de especialização está aqui:
Analista de redes sociais
O que faz: monitora a imagem de uma empresa na internet. Desenvolve planos de comunicação e marketing, produz informação para as redes sociais, como Twitter e Facebook
Qualificação necessária: formação em publicidade, jornalismo ou relações públicas
Quem contrata: agências de comunicação e empresas que atuam nas redes sociais
Analista de palavra-chave (seo)
O que faz: estabelece estratégias eletrônicas para colocar determinada página entre as primeiras a aparecer em pesquisas nas ferramentas de busca, como Google e Yahoo
Qualificação necessária: formação em análise de sistemas, tecnologia da informação e graduação ou especialização na área de marketing
Quem contrata: agências de comunicação, empresas produtoras de sites e organizações que consolidam a marca tanto no site da empresa quanto em redes sociais
Gerente de e-commerce
O que faz: atua nos processos de logística, de compra e venda de produtos e de cobrança
Qualificação necessária: formação em economia, marketing, administração ou engenharia (produção, computação, eletrônica ou telecomunicação)
Quem contrata: indústrias e empresas com canais de vendas na internet
Especialista em ferramentas de inovação
O que faz: cria sites, aplicativos ou games para identificar desejos e necessidades do consumidor. A partir dos resultados, desenvolve novos produtos
Qualificação necessária: formação em design, publicidade, ciência da computação ou engenharia de telecomunicações
Quem contrata: empresas dos setores automobilístico e de produtos eletrônicos
INFORMÁTICA DO ENTRETENIMENTO
O tamanho do mercado global de aplicativos para celulares e tablets deve se multiplicar cerca de 12 vezes, até 2020. A indústria de games no Brasil cresce à taxa média de 23% ao ano. O país é referência na animação em 3D, com cerca de trinta empresas da área. O que mais procuram:
Desenvolvedor de apps
O que faz: planejamento, programação, execução, distribuição e manutenção de aplicativos para celulares e tablets
Qualificação necessária: formação em design, engenharia, sistemas de informação ou ciências da computação
Quem contrata: agências de publicidade, empresas que atuam em redes sociais e operadoras de telefonia móvel
Game designer
O que faz: elabora roteiros, cria personagens e cenários de videogames
Qualificação necessária: graduação em design de games ou formação em engenharia, arquitetura e artes com especialização em computação gráfica
Quem contrata: fabricantes de games nacionais e estrangeiros
Artista digital em 3D
O que faz: cria personagens, vinhetas, cenários e maquetes virtuais
Qualificação necessária: formação em design, engenharia, arquitetura, publicidade ou artes com especialização em computação gráfica
Quem contrata: produtoras de vídeo, estúdios de cinema, emissoras de televisão, agências de publicidade e desenvolvedores de jogos
Sound designer
O que faz: cuida do áudio de games, animações, vinhetas e anúncios publicitários
Qualificação necessária: formação em música com especialização em animação ou game design
Quem contrata: produtoras de vídeo, emissoras de televisão e fabricantes de games
Espero que as dicas despertem boas idéias para novos rumos profissionais para quem tem achado poucas perspectivas na área em que atua. Boa sorte pra quem se aventurar nestes novos caminhos.
bj pra vcs
Fabi Scaranzi