Bebê e bicho de estimação em casa: pode ou não pode?

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(Photo by Alicia Jones on Unsplash)

No Brasil, há cães ou gatos morando em 44% das residências brasileiras, sendo que 40% dessas são de casais com filhos pequenos, de até 9 anos, segundo a pesquisa Radar Pet 2013 da Comac (Comissão de Animais de Companhia do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal). Para ajudá-la a decidir se a sua família vai aumentar, resolvemos aqui seis preocupações:

1. Essa convivência é benéfica? “As pessoas precisam ter a consciência de que é positivo para o desenvolvimento emocional e social do bebê ter a companhia de um bichinho de estimação. Essa convivência ensina muito sobre amizade, carinho, parceria e perda, uma vez que os animais costumam morrer antes”, afirma a veterinária Jacque Felippetto, de Curitiba (PR). Para garantir a saúde tanto do animal quanto do bebê, leve o bichano ao veterinário regularmente para atualizar as vacinas, realizar exames e tirar qualquer dúvida que você possa ter. “Com acompanhamento profissional regular, dificilmente ele passará doenças, como verminoses, sarna ou micoses, para a criança”, diz Jacque.

2. Como preparar seu gato ou cachorro para a novidade? Os cuidados devem começar no início da gestação, se possível. Deixe-o cheirar a sua barriga e acompanhar as mudanças da casa. Quando estiver na maternidade, peça para que seu marido ou uma amiga leve algumas roupinhas do bebê para o animal sentir o cheiro e ir se acostumando. E quando levar seu filho para casa pela primeira vez, em vez de já chegar com o bebê, faça o contrário: leve o cão ou gato até o carro para conhecê-lo e, depois, entrem todos juntos. “A pior coisa para um animal que era tratado como filho é não poder mais ficar perto dos donos nem receber seu carinho com tanta frequência. É o mesmo sentimento do primogênito, que pode alimentar ciúme do irmãozinho, ficar deprimido ou agressivo”, diz Jacque.

3. Como escolher a raça do cachorro? Jacque complementa que o maior motivo para os donos pensarem em afastamento ou doação tem a ver com o comportamento. “Precisa ser dócil para conviver com bebês. No caso de cachorros pequenos, os da raça Shih-Tzu e Yorkshire são tranquilos. Quanto aos grandes, boxer, golden retriever e labrador, por exemplo. Importante: seu grau de docilidade também depende de como esse animal é criado”, avisa a veterinária.

4. O que os pais devem evitar? Estudos como o publicado na revista americana Pediatrics mostram que crianças que convivem nos primeiros anos de vida com cães e gatos estão menos propensas a desenvolver problemas respiratórios e infecções. Mesmo assim não deixe o animal lamber ou cheirar o bebê, já que a imunidade ainda é baixa e nem tomou as vacinas necessárias. Para evitar crises alérgicas, os veterinários recomendam manter a higiene e escovação do bicho em dia e procurar o pediatra se a doença se manifestar. No mais, cada casal estabelecerá novas rotinas para toda a família, conforme seu estilo de vida. Vai definir modos e horários para comer, dormir, fazer barulho, brincar, passear.

5. O que ensinar a seu filho sobre bichos? Como crianças pequenas não distinguem seu bichinho de pelúcia do verdadeiro, podem machucá-lo apertando, jogando-o para o alto, batendo se acharem que ele fez algo “errado”. Essa relação pode causar danos físicos ao animal e à criança. O gato pode arranhar, o cachorro morder e o pássaro bicar. Então, o adulto tem que estar sempre atento e conversar com o filho, levando-o mais às consultas com o veterinário, para ele saber como se relacionar com seu fiel companheiro.

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