Uma recente pesquisa da revista Glamour apontou a mulher moderna como uma pessoa muito prática e segura de si. Ela já não tem tempo para namoros complicados ou paixões que lhe tirem o fôlego e, junto com ele, o foco – coisa que ela hoje valoriza em primeiríssimo lugar.
Esta pode não ser você… Pesquisas são feitas por amostragem e você bem pode não estar entre a maioria. Mas é fato que a carreira vem na frente, sim, para a maior parte das mulheres entrevistadas entre os seus 25 e 45 anos. E quando perguntadas se não sentem falta de um relacionamento amoroso elas revelam que agora ficou mais fácil “arrumar companhia” através dos aplicativos de encontros.
Muitas mulheres de 30 ainda moram com os pais e não sonham mais com um belíssimo casamento e filhos. Estão economizando e seus planos estão mais voltados para as necessidades do dia-a-dia, a profissão e a estabilidade: uma colocação melhor, viagens, um apartamento próprio e, quando tudo estiver tudo nos eixos, quem sabe… conhecer alguém para um relacionamento mais sério.
Isso reflete num mercado de trabalho de mulheres cada vez mais qualificadas, que se permitem anos de cursos de especialização, pós-graduação e doutorado, sem a culpa de estarem deixando a família de lado. A realização, nesse sentido, parece ter mudado de lado, para a maioria.
A carreira talvez fale hoje mais alto, como resposta a décadas de mulheres que quando se divorciavam recebiam os filhos para criar, contas para pagar, com um pensão reduzida, e sem coragem de partir para o mercado de trabalho por falta de preparação e experiência. Esse medo elas não passam mais. E elas somos nós. As mulheres que temem, como os homens, o desemprego, ou o fracasso de um negócio, mas hoje não mais o abandono de um provedor, pois o nosso futuro profissional foi tão planejado quanto o tamanho da nossa família.
Mas importante também é você não se sentir obrigada a optar por uma ou outra coisa. Conciliar nem sempre é fácil, mas como bem aconselha a Dra. Rosana Braga, Consultora de Relacionamento e Comunicação, e autora do livro “Faça o Amor Valer a Pena”, “assim como quem anda numa corda bamba, tendo de pender o corpo ora mais para a direita, ora mais para a esquerda, a fim de não cair, nós também, na tentativa de não deixar sucumbir nem o sucesso e nem a felicidade, nem a carreira e nem o amor, teremos de pender ora mais para um, ora mais para o outro. E se parece tão simples, por que será que, na maioria das vezes, é tão difícil? Simplesmente porque os extremos -por mais paradoxal que seja- nos parecem mais fáceis. E quase sempre, é a partir deles que funcionamos: ou investimos tempo e energia demais no amor, ou investimos tempo e energia demais no trabalho. Resultado? Desequilíbrio, sensação de falta, de incompetência, de frustração.”
Portanto, mulherada, eis aqui o nosso desafio: o de achar o equilíbrio entre as metas que realmente desejamos alcançar na vida, seja no profissional, ou afetivo. E quando for inevitável, fazer a escolha certa, com sacrifícios deste ou daquele lado. Caminhar entre esses objetivos paralelos, com sabedoria, já que ambos apontam para a nossa felicidade e podem se unir. Os riscos existem nos dois percursos, as frustrações também podem ocorrer. Só é preciso sim ser prática em relação à realidade. Se o relacionamento não der certo, ainda teremos a nós mesmas e uma carreira a prosseguir. Se o trabalho entrar em colapso, é sempre bom ter um companheiro para dividir um insucesso, mas precisaremos não só de apoio, e sim tempo, extra paciência do outro e espaço para nos reinventar…
Tenho sorte de contar com essas duas bases e sei que nem sempre é fácil. Para isso tive que escolher com o mesmo cuidado tanto a profissão, quanto o companheiro e me certificar de não permitir abusos nem de um lado, nem de outro, pra que a vida siga em harmonia, com produtividade de um lado e afeto do outro.
Boa sorte em cada pequena escolha nesse caminho!
bj pra vcs
Fabi Scaranzi
*Imagens: Shutterstock