Exercícios físicos podem prevenir mal de Alzheimer, diz pesquisa

saúde - exercícios prevenção alzheimer foto de destaque (1)

Se você ainda não está familiarizada com o mal de Alzheimer, eu explico: a doença neurodegenerativa – que atinge principalmente mulheres acima dos 60 anos – causa danos irreversíveis à memória, fazendo com que a pessoa se esqueça informações pessoais simples, como quem é, com quem é casada, onde mora, quantos anos tem, quem são seus filhos e até mesmo em que ano está.

Em busca de métodos que previnam o mal de Alzheimer, pesquisadores brasileiros, em parceria com cientistas estrangeiros, analisam os efeitos neurais gerados pelos exercícios físicos. Não é a primeira vez que falo aqui no site sobre os benefícios da atividade física, inclusive para a saúde mental e agora tivemos mais uma confirmação: em experimentos com ratos, a equipe notou que o aumento da liberação do hormônio irisina através dos músculos é capaz de prevenir doenças mentais.

Entenda a pesquisa

Numa matéria publicada na revista Nature Medicine, os autores explicaram que os estudos feitos na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostraram que a irisina – hormônio liberado durante a prática de exercícios físicos – melhora os sintomas do diabetes tipo 2 e que pessoas com essa doença apresentam maiores riscos de sofrerem Alzheimer. “Eles têm sido mostrados como indutores da memória e propostos como uma abordagem para reduzir o risco de Alzheimer”, frisam os autores do estudo divulgado ontem, liderados por Fernanda de Felice e Sérgio Ferreira, ambos pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Com a ajuda de cientistas da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, da Queen’s University, no Canadá e dos institutos Oswaldo Cruz e D’Or, também no Rio de Janeiro, os pesquisadores analisaram ratos manipulados para terem Alzheimer em duas condições: enquanto produziam irisina ao realizar exercícios físicos ou após receberem doses regulares do hormônio. Os do primeiro grupo foram analisados enquanto nadavam uma hora por dia, durante cinco semanas. Resultado? A atividade aumentou a concentração de irisina e tornou os animais mais aptos a aprenderem.

Já no grupo de ratos que recebeu doses regulares do hormônio, o procedimento conseguiu reverter a perda de memória causada pelo Alzheimer. “A irisina não é uma causa provável de comprometimento cognitivo precoce na doença de Alzheimer, mas pode contribuir para a perda de memória”, ressaltam.

Existe uma dose certa de exercícios?

Segundo os cientistas, não é preciso definir uma quantidade exata de horas ou a intensidade de exercícios físicos que devem ser praticados ao longo da vida para prevenir a doença. O ideal é que as atividades sejam variadas, não somente com natação, mas com caminhadas, musculação, exercícios funcionais, yoga…

Precisando de mais um motivo para deixar a preguiça de lado e começar hoje a malhar? Olha só o que os cientistas dizem sobre o Alzheimer: “A incidência de Alzheimer, a forma mais comum de demência em indivíduos mais velhos, está aumentando à medida que a população mundial envelhece, com mais de 35 milhões de pessoas afetadas em todo o mundo. Atualmente, não há tratamento efetivo para essa enfermidade, e esforços notáveis têm sido destinados a desenvolver estratégias para combater os mecanismos que levam ao dano neuronal, à falha de sinapse e ao comprometimento da memória”.

Alarmante, né? Partiu academia? Prevenir e cuidar da saúde regularmente ainda é o melhor remédio!

Bjs,
Fabi Scaranzi

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *