Mesmo sem perceber, você já deve ter sofrido “mansplaining”, principalmente dentro do ambiente de trabalho. Isso acontece quando um homem explica pra gente de forma extremamente didática e detalhada – quase como se estivesse falando com uma criança – algo super fácil de entender, insinuando que não temos capacidade mental para compreender de outra forma.
A palavra mansplaining vem do inglês e nada mais é do que a junção de “man” (homem) e “explaining” (explicar). Normalmente, o mansplaining é praticado quando o homem percebe que a mulher domina o assunto que ele está se propondo a explicar e corre o risco de ser “superado”.
E de que forma o mansplaining pode afetar a carreira da mulher? Simples! Além de abalar (e muito!) a autoestima, a prática mexe com a nossa motivação, autoconfiança e até com a nossa credibilidade no meio corporativo uma vez que nossas ideias passam a ser ignoradas e até repetidas por um colega homem – que vai receber toda atenção e créditos!
Mulheres unidas = força total!
Já ouviu falar em sororidade feminina? Sinônimo de confiança e união entre as mulheres, esse apoio das colegas de trabalho pode ser uma boa arma para acabar com o mansplaining. A ideia é que uma incentive a outra a se levantar contra essa postura machista, não permitindo que limitações sejam importas pelo time masculino.
Como lidar com o mansplaining
Não dá pra esperar uma mudança de atitude dos homens, né? Por isso, é fundamental que nós, mulheres, estarmos conscientes de que essa atitude não é natural. Pelo contrário, ela é desrespeitosa e precisa ser encarada de frente. “Quanto maior a autoconfiança da mulher, mais fácil será lidar com o problema”, explica a psicóloga de São Paulo, Marília de Abreu.
Percebeu que está sofrendo mansplaining? De maneira educada e sem alterar a voz peça licença, interrompa e jogue a real! Diga que aquele assunto é da sua responsabilidade e expertise e que você é capaz de liderar a questão sozinha.
De olho nas pesquisas
A Universidade da Califórnia provou, através de um estudo, que além do mansplaining, em muitos ambientes de trabalho ocorre também o manterrupting – quando o homem interrompe a mulher para mostrar mais poder diante de uma discussão. “Se isso acontecer, novamente peça licença e diga que mesmo sabendo que o colega deseja colaborar, você gostaria de concluir seu raciocínio”, sugere a especialista.
A pesquisa mostrou também dois outros tipos de comportamento muito comuns no meio corporativo: o bropriating – que acontece quando um homem se apropria de uma ideia que a mulher já havia sugerido, e o gaslighting – quando o homem julga a mulher como louca ou surtada por ter um ponto de vista diferente do dele.
Mesmo que seja de maneira sutil, essas formas de agressão verbal tão comuns no cotidiano podem contribuir para diminuir a autoestima e autoconfiança da mulher e, consequentemente, prejudicar sua carreira. Por isso é tão importante que o time feminino se una contra essa cultura. Nada de aceitar ser tratar como inferior ou incapaz, ok?
Bjs e sucesso,
Fabi Scaranzi
*Fonte: financasfemininas.uol.com.br
*Imagens: Shutterstock