Preciso de uma reserva financeira pra mudar de carreira?

Accountant business woman working with laptop in office.
(Foto: Shutterstock)

Tenho tentado abordar aqui sempre a questão do trabalho e sobre mudar de emprego e carreira, usando como pano de fundo a crise financeira, que tem nos afetado muito aqui no Brasil. Podemos reclamar da economia, dos políticos, das taxas, da inflação, dos juros… Mas sabemos que esta é a nossa realidade atual e é nela que temos de sobreviver fazendo escolhas certas. Andei lendo muito sobre isso e achei muito interessante a ótica do site Dinheiro com Atitude da financista Ana Cláudia Leoni, em que compartilha o seu conhecimento de mercado financeiro e dá alertas para cuidarmos melhor do pouco ou muito dinheiro que ganhamos e gastamos. E isso inclui, é claro, a profissão que escolhemos e a carreira que pretendemos seguir. Pior que os salários sem reajustes é o desemprego que bate à nossa porta. É a hora certa de mudar o rumo do nosso trabalho? Foi essa a pergunta que fiz à Ana Cláudia e convidei-a para dar sua opinião aqui no nosso portal. 

Olha, Fabi… Aí vai o que penso. Raro encontrar hoje em dia uma pessoa que esteja realmente satisfeita com o atual emprego. Muitas delas se arrastam por anos na mesma posição sem condições de tomar uma decisão para mudar. Ou não estão qualificadas de forma adequada para enfrentar um mercado cada vez mais competitivo, ou não tem condições financeiras para fazer uma transição de carreira.

E, para agravar essa atitude passiva (e de impotência), sempre ouvimos por aí que é importante estarmos preparados para emergências. A iminência de algum imprevisto acontecer a qualquer momento, mina ainda mais qualquer vontade de se arriscar pelo novo e ter um colchão financeiro caso algo aconteça é, sem dúvida, uma forma de assegurar boas noites de sono.

Mas, você já parou para pensar que esse imprevisto pode ser uma coisa positiva? Seja sincero: quantas vezes você deixou de aproveitar uma oportunidade (um curso fora para aperfeiçoar o idioma, um ano sabático, o emprego dos sonhos para ganhar menos, uma oportunidade de empreender) por não estar financeiramente preparado?

Equilíbrio
É o que acontece com a maioria das pessoas, infelizmente. Muitos de nós só pensamos no equilíbrio financeiro quando a recessão bate à porta, quando nos sentimos acuados a mercê de perder o emprego (ou quando perdemos de fato), quando os preços começam a aumentar além da conta e nosso padrão de vida cai. Mas, se há um lado positivo em qualquer crise ou momento de escassez, é que ficamos mais propensos a mudar nossos hábitos.

Se seu objetivo é fazer uma transição de carreira, saiba que vai precisar de muita coragem, planejamento e uma boa reserva financeira no banco. Encare, portanto, essa transição como um projeto. E, como todo projeto, será preciso muito mais do que apenas disciplina para colocá-lo em prática.

Evitando dissabores
Minha primeira recomendação é que você pense nesse seu projeto como algo positivo (uma nova carreira) e não na possibilidade de economizar, caso fique desempregada. No fim das contas, o resultado financeiro pode até ser o mesmo, mas suas renúncias para atingir seus planos terão um sabor muito menos amargo.

Dado que o tempo médio de recolocação no mercado pode variar de 6 a 10 meses, é importante que tenha uma reserva suficiente para que suas necessidades básicas sejam honradas durante esse período.

Avalie sua situação financeira fazendo um levantamento de suas despesas (quanto gasta), e o mais importante, de suas receitas (o quanto ganha). Tendo claro qual o seu atual padrão de gastos categorize por prioridades e redimensione seu padrão de vida em prol de seu novo projeto. Fazendo desta forma, é possível que você possa inclusive aceitar um novo emprego em que a remuneração seja inferior ao seu emprego atual, mas que esteja muito mais alinhado aos seus propósitos de vida.

Ter alguém pra ouvir ajuda… E muito!
Converse com a família e compartilhe os planos com aqueles que ama. Eles serão grandes aliados nas renúncias que terão de fazer, pois saiba que para toda escolha sempre haverá uma renúncia (ganhar mais ou fazer aquilo que acredita e que ama? Ser rico ou parecer rico? Ter tempo com a família ou sacrificar-se horas a mais no trabalho que não lhe traz nenhum propósito?).

Seja qual for sua decisão saiba que ter a vida financeiramente equilibrada é muito mais do que poder comprar aquilo que você ou sua família desejam ou mesmo jogar tudo para o alto e mandar o chefe passear. É ter o poder de fazer escolhas que se alinhem com suas crenças e com seus propósitos e, mais do que isso, é poder aproveitar as tantas oportunidades que surgem a todo tempo.

Adorei, Ana Cláudia! E tenho certeza de que as leitoras do portal também. Estamos mesmo vivendo um momento de rever valores e definir como a nossa vida profissional pode acompanhar nossos desejos pessoais, evitando naufrágios tanto de um lado como de outro. Discussão que merece planejamento cuidadoso e atenção especial. Vocês não acham?

bj pra vcs,
Fabi Scaranzi

Ana Claudia Silva Leoni é membro do Comitê Nacional de Educação Financeira(CONEF), conselheira suplente da Associação Brasileira de Educação Financeira (AEFBrasil), Diretora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF), membro do Advisor Board do IFIE(International Forum for Investor Education) Chairman do IFIE America’s Chapter e executiva da ANBIMA. Formada em Comunicação Social pela Universidade Paulista, com MBA em Marketing de Serviços pela ESPM e autora do guia “Dinheiro com Atitude” (download gratuito AQUI).

5 dicas práticas para lidar com ansiedade financeira

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Se responsabilizar 100% pelo seu futuro financeiro pode assustar – e muito! As circunstâncias da vida mudam, o mercado de trabalho por muitas vezes é incerto e não é todo mundo que entende de investimentos e aplicações.

Uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Psicologia descobriu que 67% das pessoas são extremamente ansiosas quando o assunto é finanças, principalmente no que diz respeito a manter o saldo no azul.

Se você também sente essa pressão mensalmente, abaixo apresento cinco tipos de problemas e diferentes estratégias. Assim você pode tomar decisões de maneira mais assertiva e aprende, inclusive, quando é a hora de pedir ajuda.

1. Se você está endividada

Se você tem dívidas, enfrente seu medo e descubra exatamente o quanto você deve e para quem. Mesmo que seja assustador, esses dados te dão um certo controle. Ignorar suas dívidas e se manter no escuro sobre a extensão dos seus problemas só vai aumentar a sensação de ansiedade.

Eduque-se através de fóruns online, aplicativos bancários e planilhas mensais, e tente não comparar sua situação financeira com a de outras pessoas. Não se esqueça também de estabelecer metas financeiras a curto e longo prazo. Grandes ou pequenas, ao alcança-las você vai se sentir mais confiante em relação às suas contas no futuro.

2. Se você fez um grande investimento

Alguns dos nossos sonhos acabam custando caro! Se depois de investir uma grande quantia em um produto ou projeto você se sentir ansiosa e insegura, tente se lembrar dos motivos pelos quais você assumiu o risco financeiro. O preço a pagar à princípio pode ser um pouco alto, mas, se for feito com responsabilidade, a longo prazo o investimento terá valido a pena. Não se esqueça que o dinheiro deve ser seu caminho, não seu objetivo.

Se preferir, faça algumas contenções pelos próximos meses: deixe de passar por shoppings, diminua a ida a bares e restaurantes e corte os planos de viagens até que as contas se normalizem. Mesmo que os cortes sejam baixos, você se sentirá mais segura em relação às suas finanças e a ansiedade diminuirá pouco a pouco.

3. Se você está desempregada

A demissão é um dos maiores motivos de ansiedade financeira. Ao perdermos o emprego, vivemos sob a pressão de reduzirmos gastos e cortamos supérfluos imediatamente. Entretanto, esse desespero só piora. Reduza o plano da academia para um mais simples ou passe a fazer atividades ao ar livre; continue jantando fora ou fazendo tratamentos estéticos, mas recorra à cupons de descontos, sites de compras coletivas e períodos de promoção. Procure viver dentro da sua normalidade, mesmo que isso exija adaptar sua rotina e frequentar lugares mais simples por um período.

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4. Se você perdeu a noção dos seus gastos

Não adianta, a melhor maneira de dormir tranquila é criando uma planilha de gastos e anotando cada um deles, desde condomínio, escola das crianças, conta de luz e seguro do carro, até o cafezinho no meio da tarde ou a bala que comprar no semáforo. A princípio, o resultado pode até assustar, mas só assim você será capaz de avaliar quais gastos podem ser evitados e quais contas são prioridade. Tendo acesso ao seu cenário financeiro como um todo, será mais fácil colocar todas as contas em dia.

5. Se você não entende seu saldo bancário

É preciso concordar: nem sempre é fácil entender o extrato da nossa conta corrente – o que entra, o que sai, o limite do cartão, as taxas obrigatórias… Se você sente a falsa ilusão de que suas contas estão em dia, mas vire e mexe vê o saldo no vermelho, minha dica é procurar por cursos de alfabetização financeira. Fica muito mais fácil aprender a economizar e a decidir onde aplicar a partir do momento que você passa a entender o que significa seu demonstrativo bancário. Como primeiro passo, que tal passar a aplicar uma parcela do seu salário num fundo de investimento? Assim, você fica segura e amparada caso enfrente algum imprevisto no futuro.

Bjs,

Fabiana Scaranzi

*Imagens: Shutterstock

Patricia Bonaldi: Planejamento somente não leva a nada

Criada em 2012 para ser a marca mais autoral de Patricia Bonaldi, a PatBo hoje tem 121 pontos de venda no Brasil e 17 fora do país, sendo 5 lojas próprias. Estive em seu ateliê, e ela deu super dicas de acordo com sua experiência, pra você que quer abrir seu negócio. Espia só!

“Nós, Mulheres Investidoras”: bate-papo com Viviane Ferreira, especialista em finanças pessoais

fabi live easynvest

Investimento é assunto de mulher, sim! Eu e a Easynvest – maior corretora independente do Brasil e 100% online – seguimos à todo vapor com o projeto “Nós, Mulheres Investidoras”, que visa empoderar e facilitar a vida das mulheres quando o assunto é finanças. Afinal, a gente trabalha tanto e, quando recebemos o dinheiro, entregamos pra outra pessoa cuidar? Vamos aprender a cuidar do que é nosso? Calma, estamos juntas e vamos te ajudar!

E pra continuar esse “movimento” tive um bate-papo descontraído com a Viviane Ferreira, especialista em finanças pessoais. Na live que rolou lá no canal da Easynvest no YouTube nós trocamos informações, abordamos assuntos tabus – falamos sobre volatilidade, fundos de investimento, imposto de renda, reserva financeira e muito mais! – além de respondermos perguntas da mulherada super interessada que estava assistindo. Resolvi colocar aqui também porque acredito que vá ajudar muitas de vocês lindonas!

Aperte o play !

Viu como ter total controle sobre suas finanças não é tão difícil quanto parece? Em breve, mais conteúdo exclusivo do projeto “Nós, Mulheres Investidoras” pra você. Fique ligada!

Bjs,
Fabi Scaranzi