Como se livrar das doenças respiratórias no inverno

(Imagem: Pinterest/allergies.healthprobs.com)
(Imagem: Pinterest/allergies.healthprobs.com)

Se bastou ventar um pouquinho mais gelado para você tirar o casaco e uma caixa de lenços do armário, você infelizmente sofre com as tão famosas (e temidas!) doenças respiratórias. Elas não são de difícil tratamento, mas parecem que derrubam a gente quando atacam de vez: o corpo fica dolorido, os olhos ardem e a gente só quer saber de ficar deitada, tomando xícaras e mais xícaras de chá quentinho. O problema é que a doença se manifesta mais rapidamente nesta época do ano porque as pessoas costumam se aglomerar em lugares fechados, como shoppings e restaurantes a fim de fugir do frio, favorecendo a disseminação do vírus.

De acordo com o infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto Emílio Ribas (SP), existe uma diferença entre quadros infecciosos e não infecciosos. “Algumas pessoas apresentam apenas quadros alérgicos, como é o caso da rinite e sinusite. Como o índice de chuva diminui nessa época do ano, a quantidade de pólen e poeira é espalhada mais facilmente, prejudicando os mais sensíveis”, explica. Os quadros infecciosos, entretanto, se manifestam atrás de vírus e bactérias, resultando em resfriados, gripes e em casos mais graves, em pneumonia. Dr. Jean explica que a baixa temperatura resseca as narinas e diminui a proteção do local, levando então a sintomas mais graves, como os que listamos abaixo:

Sintomas
Coceira no nariz, espirros, coriza, dores de cabeça, inchaço na área dos olhos… Se enquanto você lê essa matéria, você apresenta pelo menos dois desses sintomas, sim, você está com alguma doença respiratória alérgica! As infecciosas vão um pouco mais além: você passa a perceber um incomodo na garganta, seguido de tosse seca e nariz entupido com coriza ou catarro por aproximadamente quatro ou cinco dias.

Os sintomas da gripe, entretanto, merecem ainda mais atenção. Além da tosse seca, dor de garganta e nariz escorrendo, a doença leva ao comprometimento do nosso estado geral, causando dores no corpo e até febre alta. Portanto, é preciso ficar de olho!

Tratamentos
Antes de pensar em se automedicar, o ideal é procurar um médico para ter certeza se o quadro é apenas viral ou trata-se de uma infecção bacteriana. O infectologista explica que casos de gripe podem levar a complicações sérias, como pneumonias bacterianas e infecções de ouvido. Nesses casos, somente o uso de antibióticos consegue dar conta do problema. “O uso de medicações antivirais não diminui a progressão da doença, mas abranda os sintomas. Se você precisa passar o dia rodeada de pessoas, mesmo estando gripada, sugira que os outros também tomem o medicamento, assim eles garantem a não contaminação”.

Em situações mais simples, como um resfriado, o ideal é manter as vias aéreas sempre umedecidas, fazendo uso de inalação com soro diariamente. Evite também fazer atividades físicas. O melhor mesmo é ficar em casa, repousando e colocando em dia todos aqueles livros que você comprou e não teve tempo de ler.

Prevenção
Para não passar alguns dias de cama novamente, é fundamental se prevenir. No caso do vírus da gripe, não tem jeito, o melhor é tomar a vacina H1N1. Mas certifique-se primeiro com o seu médico se você está autorizada a tomá-la, já que ela é contraindicada a pessoas com hipersensibilidade aos componentes da vacina.

Agora, para blindar o organismo contra resfriados, sinusites e rinites, o ideal é evitar ambientes aglomerados. “Uma boa opção é criar horários alternativos se você pega transporte público para ir ao trabalho. Tente sair mais cedo ou mais tarde, mantendo-se longe das multidões”, explica dr. Jean. Tenha também sempre um álcool gel na bolsa, já que na maioria das vezes nos contaminamos através de corrimões de escadas e apoios de ônibus. E para não deixar as narinas ressecadas, que tal guardar um soro fisiológico dentro da gaveta do escritório? Ao manter a área umidificada, você protege o local com o anticorpo IGA, que age contra essas infecções.

O infectologista lembra também que alguns alimentos são fundamentais no cardápio de quem quer se manter sempre afastada de doenças respiratórias. Frutas como a laranja, o maracujá e o limão são fontes ricas em vitamina C, proteína capaz de dar um up no nosso sistema imunológico. Portanto, acrescente já as frutinhas na sua próxima lista de supermercado!

Bjs,
Fabi Scaranzi

*Imagem: Shutterstock

Vacina contra rinite alérgica? A novidade existe!

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É só o frio começar a tomar conta que as doenças respiratórias chegam em peso. A mais famosa delas? A rinite! E como incomoda, né? O nariz coça, os olhos lagrimejam, a gente não para de espirrar… mas parece que agora a rinite está com os dias contados.

Um médico pesquisador da Faculdade de Medicina de Jundiaí (SP) publicou nessa semana o resultado de 10 anos de um estudo sobre a vacina contra a rinite alérgica. De acordo com o pesquisador da Edmir Américo Lourenço, professor titular da disciplina de otorrinolaringologia da faculdade, depois de anos de estudo, finalmente foi encontrado um tratamento de longo prazo para melhorar a qualidade de vida de quem sofre com a doença, utilizando uma vacina específica para cada pessoa.

Como tudo começou
A ideia da pesquisa começou quando o especialista decidiu analisar o prontuário de centenas de pacientes que sofriam de rinite. Com o tempo, Edmir pode comprovar que o procedimento mostrou bons resultados em pacientes que fizeram o tratamento até o fim. Seu trabalho – que contou com a avaliação de 281 pacientes com mais de três anos de idade – foi tão bem reconhecido que em março de 2016 foi publicado na revista brasileira editada em língua portuguesa Internacional Archives of Otorhinolaryngology, que destaca os trabalhos científicos de otorrino mais importantes, tanto no Brasil, quanto no exterior. Bacana, né?

Entendendo a pesquisa
Segundo o estudo do especialista, em cerca de 80% dos pacientes testados os sintomas da rinite desapareceram. Em entrevista para o G1, Edmir Lourenço explicou que apesar do paciente não deixar de ser alérgico, as melhorias clínicas são extremamente importantes porque um indivíduo sem sintomas sente-se como se estivesse curado. “Existe um estigma genético para o alérgico, que isso não se desfaz com o tratamento de vacina. As vacinas estimulam a formação de defesas próprias, de anticorpos específicos contra as causas de alergia de que ela é portadora”, explica o pesquisador.

Na fase inicial da pesquisa, foram realizados testes na pele para saber quais eram as causas da alergia: ácaros, poeira, pólen… Somente com esse resultado, foi possível criar uma vacina individual e específica em laboratório especializado para cada paciente. Após 10 anos de estudo, o médico Edmir Lourenço concluiu que 30 doses da vacina durante um ano e dois meses foram suficientes para eliminar os sintomas da rinite alérgica em 80% de seus pacientes.

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Quanto custa essa vacina?
Quem está interessado em tomar a vacina contra rinite alérgica deve procurar clínicas particulares. O custo? Um pouco mais de R$ 1,5 mil. O pesquisador explicou em sua entrevista ao G1 que, primeiro o paciente deve procurar um médico e passar por testes. Aí então, de acordo com os resultados, o especialista fará a solicitação para a produção individual da vacina em laboratório.

Quais os seus benefícios
Apesar de não acabar com o quadro de rinite alérgica no paciente, Edmir Lourenço destaca que quem sofre com essa doença respiratória pode ter uma melhoria clínica significativa no seu dia a dia, na qualidade do sono, na capacidade de trabalho e no seu humor. “(o paciente) não deixa de ser alérgico. Ele não pode ser exposto a situações extremas. Ele tem uma defesa própria, mas que pode ser insuficiente em determinadas condições. Para o dia a dia dela, esse tratamento ajuda a ter uma qualidade de vida muito melhor”, destaca.

Eu adorei a novidade. E você, o que achou?

Bjs,
Fabi Scaranzi

*Imagens: Shutterstock