De volta ao trabalho depois da Licença Maternidade

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(Imagem: Shutterstock)

Se você está passando por este momento natural de ansiedade de ter que voltar ao trabalho depois de quatro ou seis meses de Licença Maternidade – afinal seu filho nasceu e até a lei reconheceu que era seu direito e dever dedicar-se exclusivamente a ele – não pense que é só você que passa por isso!

Principalmente depois do nascimento do primeiro filho, é natural ter a impressão de que todo esse tempo afastada a colocou em outro mundo e que será difícil se readaptar ao ambiente de trabalho, ao mesmo tempo que a sensação de separação do seu pequeno pode gerar sentimentos de culpa, além da própria dor da distância depois desse tempo em que estiveram tão grudados.

O primeiro passo para encarar essa ansiedade, os medos e expectativas da volta ao trabalho depois da Licença Maternidade, é ter em mente que toda essa revolução interna é absolutamente natural e não vai prejudicá-la na sua atuação profissional, desde que você saiba lidar com a nova realidade de ser mãe e mulher profissional, sem que as funções se choquem ou acumulem. É um período de adaptações, concessões e de ouvir bons conselhos também, principalmente de quem já passou por isso.

Na avaliação do psicólogo clínico Eduardo Reis Penido, deixar seu bebê em casa ou numa creche e dedicar-se ao trabalho pode deixá-la incômoda, a princípio, mas isso tende a passar rapidamente. “Aprender a lidar com as frustrações e perdas é uma necessidade do processo de crescimento, que se faz presente a cada momento de nossas vidas”, explica. “Vai existir uma certa sensação de luto, num nível muito menor, pois você e o bebê voltarão a se encontrar em poucas horas.”

Lidando com o desapego
De volta ao trabalho depois de meses de Licença Maternidade, você precisará se organizar emocionalmente e conseguir focar em suas tarefas para ter um bom desempenho. Eduardo Penido destaca que muitas pessoas gostam de dizer que controlam as emoções, porém, isso pode repercutir na saúde física e você precisará mais do que nunca estar saudável com sua nova “dupla jornada”. Então, a dica é trabalhar as emoções para que elas não fiquem bloqueadas. “O uso da respiração como mecanismo de mudança é muito importante”, observa o psicólogo.

Segundo o especialista, para amenizar o impacto da distância, antes do retorno ao trabalho as mães podem adotar alguns comportamentos para passar segurança ao filho. Um deles é fazer pequenos testes para deixá-lo por momentos, minutos ou horas com outra pessoa que possa cuidar dele. Assim, tanto a mãe, quanto o bebê sentem na prática o impacto da distância e conseguem, aos poucos, praticar o desapego.

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(Imagem: Shutterstock)

Preparando a volta
É superimportante voltar ao trabalho se sentindo segura e acolhida. Minha dica é que você entre em contato com os seus colegas de equipe dias antes da sua Licença Maternidade expirar e pergunte como estão as coisas na empresa, se algum projeto novo está sendo trabalhado, se houveram mudanças na equipe… Assim, você já chega sabendo o que vai encontrar. Um email simpático ou um telefonema para se reconectar com o seu chefe também pode ser um bom caminho, ou até passar no escritório para uma visita e um cafezinho antes de encerrar o período de licença.

Mas e o bebê?
Outra dúvida frequente das novas mamães diz respeito ao que deve ser levado em conta na hora de decidir quem vai ficar com o bebê, enquanto ela trabalha. A orientação do especialista é deixar a criança com quem você mais confia. Pode ser a mãe, a irmã, uma vizinha, a sogra ou até o pai, se ele trabalhar em esquema home-office (se ele topar, é claro!). Outra opção são as creches, que possuem uma estrutura física e multidisciplinar e podem acolher melhor a criança. Eduardo Penido recomenda que se dê preferência às creches onde já estiveram alguns filhos de conhecidos e amigos, além de observar se há uma boa impressão das pessoas que cuidarão do bebê.

Entre as vantagens da creche, estão a facilidade de socialização da criança, o estabelecimento de limites sociais, a imunidade (que vai ficar fortalecida devido as bactérias que circularão por todos) e um controle mais especializado de profissionais credenciados para observar e relatar o comportamento do bebê – experiência que uma babá, ou irmã podem não ter. “A proximidade da creche com a casa ou o trabalho também é importante, principalmente em cidades de trânsito intenso. A comodidade e a segurança da mãe e criança são fundamentais”, reforça Penido.

Estando a segurança e conforto do seu bebê garantidos, é hora de separar esses dois mundos aos poucos, pois você faz parte de ambos e claro, que não quer decepcionar a ninguém. Só não deixe que isso seja uma “preocupação”, ok? No final, tudo dá certo. Sucesso no retorno!

Bjs,
Fabi Scaranzi

*Imagens: Shutterstock

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