5 impactos reais da “Cultura de Culpa”

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(Imagem: Shutterstock)

A forma como você responde a problemas causa um impacto direto na sua equipe, nos resultados que você apresenta e, principalmente, na sua reputação. Seja você uma CEO, uma gestora, chefe, empreendedora ou funcionária, quando você organiza suas ações e procura encontrar a causa raiz do problema, você não só demonstra um senso de proatividade e responsabilidade, como também encontra mais rapidamente a solução ideal para as situações de crise.

O problema, porém, é que vivemos cada vez mais o que os especialistas chamam de “Cultura de Culpa”, ou seja, nos preocupamos muito mais em encontrar o culpado por tudo aquilo que deu errado do que montar um plano de ação imediato para pôr fim ao problema. Resultado? Sua equipe passa a trabalhar na base da insegurança e perde a capacidade de confiar uns nos outros, pelo simples medo de serem julgados quando cometerem alguma falha. O sentimento de culpa e a possibilidade de novas críticas, inclusive, aumentam os casos de ansiedade, depressão e baixa autoestima.

1. Você perde seu poder para resolver o problema
Quando você começa a apontar o dedo para as outras pessoas e enumerar as falhas dela, você não apenas desvia o foco para a solução, como também transforma a pessoa fonte do problema na única capaz de soluciona-lo. Ou seja, no que se trata da sua comunicação, quando você diz “isso é culpa sua”, você automaticamente passa a mensagem que cabe ao outro corrigir o que está errado.

O que fazer? Ao se absolver da culpa, você desiste da procura pela solução e, consequentemente, de mostrar todo o seu potencial e expertise. Que tal então dividir a responsabilidade do problema, procurando resolvê-lo primeiro para só então pontuar quem foi o culpado (se necessário)? Esse “favor” vai aumentar o nível de cumplicidade entre você e sua equipe e, quando você precisar, com certeza seus colegas vão te estender a mão.

2. Você cria um ambiente tóxico
Quando você começa a levantar de quem é a culpa quando surge um momento de crise, você dá liberdade para outras pessoas fazerem comentários igualmente negativos. Com isso, a culpa se torna a cultura dentro do seu ambiente de trabalho e o clima não demora para ficar pesado, tóxico e desagradável.

O que fazer? Assuma o papel de liderança e deixe claro que o momento não é para reclamações e que julgamentos não serão tolerados. Monte um plano de ação e delegue funções para que todos possam ajudar, inclusive a pessoa que cometeu a falha que acarretou no problema. Ao sentirem que são úteis e peças fundamentais de um plano maior, todos trabalham em conjunto e colaboração.

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(Imagem: Shutterstock)

3. Você desestimula o crescimento da equipe
Principalmente se você atuar como CEO, chefe ou gestora, ao implementar a Cultura de Culpa na sua empresa ou equipe, seus funcionários terão tanto medo de serem julgados e criticados, que dificilmente vão se propor a fazer mais do que já estão habitualmente acostumados. Assim, eles evitam serem responsabilizados, de maneira justa ou injusta, por qualquer possível falha.

O que fazer? Para aumentar a comunicação e a participação da sua equipe, e garantir que eles contribuam com diferentes ideias, opiniões e ações, procure primeiro criar um ambiente seguro, onde as pessoas sintam que, se cometem um erro, serão apoiadas e estimuladas a se corrigirem e a se desenvolverem pessoal e profissionalmente. Depois, traga o foco para as soluções e não mais para a culpa ou crítica. Isso com certeza vai incentivar as pessoas a se envolverem ainda mais em seus planos e ideias.

4. Você reduz a produtividade
Dentro da Cultura de Culpa, as pessoas sentem que precisam garantir que, se algo der errado, seus colegas não vão se voltar contra elas. Essa abordagem diminui os esforços no trabalho porque, além de realizar suas tarefas, as pessoas gastam tempo extra procurando justificativas para cada uma de suas ações. Com o tempo, esse esforço reduz a eficácia e produtividade no trabalho, ao mesmo tempo em que aumenta o estresse e cansaço mental.

O que fazer? Ao final de cada grande projeto, proponha uma reunião de avaliação com toda a equipe. Pontue o que deu certo e o que poderia ter sido diferente. Não cite nomes, foque seus comentários apenas sobre as fases de produção do projeto Assim, as pessoas vão se sentir estimuladas a melhorar, vão sugerir novos planos de ação, vão aprender suas lições e seguirao em frente sem medo de serem reprovadas e repreendidas.

5. Você diminui a sua capacidade em liderar
Como líder, você deve ser fonte de suporte à sua equipe, criando um ambiente seguro e estimulando cada funcionário a trabalhar seu talento e aptidão. Ao apontar a culpa e diminuir a autoconfiança de quem trabalha com você, aos poucos você deixa de ser aquela profissional a quem as pessoas se inspiram e passa a ser como aquela que é temida e, muitas vezes, odiada.

O que fazer? Grandes líderes defendem suas equipes e assumem a culpa quando algo dá errado, afinal, tudo o que foi pensado, criado e executado, passou pela sua aprovação. Descubra onde, exatamente, ocorreu o erro e chame o funcionário responsável para conversar reservadamente. Analisem juntos o que poderia ter sido feito diferente e o que ainda pode ser melhorado ou corrigido. Por fim, converse com toda a equipe e se responsabilidade pela falha. Sugira que vocês criem um plano de ação diferente para o próximo projeto e estimule o debate de ideias e opiniões.

Dicas anotadas?

Bjs,
Fabi Scaranzi

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