
Na última terça-feira a cantora Mariah Carey revelou ao mundo que em 2001 foi diagnosticada com transtorno bipolar. À revista People, ela abriu o jogo e falou sobre o momento em que descobriu a doença, ao ser internada depois de um colapso físico e mental. “Eu não queria acreditar”.
Em negação, demorou até que Mariah Carey aceitasse o diagnóstico e pedisse ajuda, contando que passou anos sofrendo em silêncio. “Até pouco tempo atrás, eu vivia em estado de negação e isolamento e com medo constante de alguém me expor. Era um fardo pesado demais de carregar e eu simplesmente não conseguia fazer mais isso”, disse em entrevista.
A cantora só começou a fazer tratamento para transtorno bipolar há poucos anos. “Recebi tratamento, mantenho pessoas positivas à minha volta e voltei a fazer o que eu amo — escrever canções e fazer músicas”, revelou. Segundo Mariah, sua doença (transtorno bipolar do tipo 2) envolve períodos de depressão, alterações de humor, insônia e irritabilidade. “Na verdade, estou tomando medicações que parecem ser muito boas. Elas estão fazendo com que eu não me sinta cansada, fraca, nem nada desse tipo. Encontrar o equilíbrio é o mais importante”, afirmou a cantora para a People.
Entenda a doença
O transtorno bipolar é responsável por causar períodos de oscilações de humor. Essas variações – que vão desde excesso de energia até depressão – podem ser rápidas e ocorrer com muita ou pouca frequência. Entre os sintomas mais comuns estão:
– Exaltação do humor, com aumento de energia, humor eufórico, irritável, depressivo e até arrogante
– Hipomania: distração, sono irregular, compulsão alimentar, agitação, autoestima elevada, afobação, pensamentos acelerados e grande envolvimento em atividades diversas
– Depressão: desânimo diário, tristeza, perda de interesse no trabalho ou em hobbies diversos, fadiga ou falta de energia, afastamento de amigos e eventos sociais
Apesar das causas do transtorno bipolar ainda não serem totalmente conhecidas, a ciência acredita que diversos fatores podem estar envolvidos no surgimento da doença:
– Peculiaridades biológicas (como desequilíbrios nos neurotransmissores)
– Desequilíbrio hormonal
– Hereditariedade e histórico familiar
– Meio ambiente (estresse, abuso sexual, morte de algum ente querido…)
– Uso e abuso de drogas e/ou álcool
– Mudanças repentinas de vida e experiências traumáticas
Para facilitar o diagnóstico, especialista sugerem que o paciente anote os sintomas mais comuns e os descreva ao médico em detalhes. Essa conversa é fundamental para que o especialista possa concluir, ou não, a presença do transtorno bipolar. Em seguida, são feitos exames físicos e testes laboratoriais, exames de urina e de sangue. Então, são feitas análises psicológicas a fim de avaliar o comportamento do paciente e as tais alterações de humor.
Comprovado o transtorno bipolar, inicia-se um tratamento intenso (e na maioria das vezes duradouro) com psicólogos, psiquiatras ou neurologistas, normalmente aliado a medicamentos antipsicóticos e antiansiedade para problemas de humor, bem como remédios antidepressivos.
Bjs,
Fabi Scaranzi
*Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria